AGENDA CULTURAL

17.6.15

O ponteiro da vida

Então, perde-se um amigo, uma pessoa interessante como o Dr. Pedro Silva Villela, que conheci por meio de sua esposa Maria Luzia Villela. Pelas circunstâncias da vida, fiquei sabendo de seu falecimento dias depois.

Maria Luzia Villela foi minha professora de Geografia no antigo I.E., Araçatuba. Eu, um garoto tabaréu, anônimo entre tantos, ela com sua fogosidade de jovem professora. Fomos nos reencontrar e nos tornar amigos na Academia Araçatubense de Letras. Posso dizer, sem dúvidas, que ela é minha amiga.

Dr. Pedro Silva Villela, advogado, fazendeiro, lembrava meu pai, gentil, gostava de política, mas eu evitava esse assunto em nossas conversas, porque tínhamos posições contrárias. A amizade é mais importante que a política.

Todos gostam de lembrar do casal unido: Pedro e Maria Luzia, casados em 30/10/1954. Com uma prole grande, dentre eles quatro médicos. 

Antes da partida, reuniu-se com todos os amigos e familiares no lançamento do livro de Maria Luzia Villela, a esposa: "Os filhos de Moisés". Todos alegres e sonho feito de mais uma obra escrita e publicada. 

Ninguém sabia, mas Deus fez cumprir seus desígnios: deu a Pedro uma festa bonita de despedida. O ponteiro da vida do Dr. Pedro passou por mais de 80 vezes pelo 30 de maio, mas não sabia que esse era o dia fatal.

Pedro Silva Villela certamente será nome de rua, como sói acontecer com os Villelas em Araçatuba. Seu nome continua na lista telefônica, na internet, nas escrituras de imóveis, nas contas a pagar e a receber. CPF e RG desaparecem, surgem os números do atestado de óbito, do túmulo.  
O Pedro real sumiu, desapareceu, ficou o Pedro virtual, as lembranças que, com certeza, são muito positivas. A vida é isso, uma passagem, páscoa. Até a dor da separação vai desaparecendo. Ainda bem.

Tchau, Dr. Pedro! Você foi antes, guarde um lugar para mim... Apesar de que o céu não é igreja, teatro e nem cinema.

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Secretário municipal de Cultura d Araçatuba-SP



Um comentário:

Anônimo disse...

Querido amigo, amigo de longa data...
Obrigada por declarar sua amizade ao meu querido esposo.
Quase sessenta e um anos de casados foram brusca e cruelmente cortados. A dor é companheira agora!
Mais uma vez agradeço-lhe, Maria Luzia