Manchete do jornal O LIBERAL, 26/06/2015 |
Manchete do jornal Folha da Região, 26/6/2015 |
Prédio a ser reformado |
Para os araçatubenses de antigamente, lá funcionava o fórum
da Justiça Estadual, que se mudou para perto da rodoviária (Prefeitura). Existe
o antigo e o antiguíssimo.
Naquele prédio, como fórum, exerci a função de office boy de
escritórios de contabilidade. Nele ia fazer a tal de “pública forma”, que foi substituída
pela fotocópia autenticada. Alguém copiava o documento e o cartório dizia que a
cópia batia com a original. Havia até a cópia por meio da gelatina.
Ainda não é possível comemorar, porque pode haver problema
na licitação, o foguetório comemorativo só vale mesmo no momento da
inauguração.
A nossa cidade possui alguns lugares “micados”, como era o
antigo plantão policial. Todos queriam a reforma, mas uma força maior negava
esse querer. Assim como o antiguíssimo Hospital Modelo, que hospital mesmo foi
muito pouco, era um esqueleto inacabado. Até que o prefeito Cido Sério (PT)
pediu autorização para o Estado e implodiu aquele símbolo de nossa
incompetência. O Governo do Estado de São Paulo não construiu no local, mas,
pelo menos, aquele espectro saiu de nossa consciência coletiva.
Ainda há dois prédios que nos incomodam por seu abandono. O
primeiro é o da Cadeia Pública na rua General Glicério que anda enfeando o
nosso centro velho. Não importa o que vai funcionar por lá, mas ele precisa ser
restaurado (sem descaracterização). Quem bom seria se fosse transformado num
equipamento cultural.
O segundo é o Centro Cultural Ferroviários. Era gigantesco,
mas perto da construção do prédio da Havan se tornou um anão. Várias tentativas
já foram feitas para se conseguir recursos para a restauração, mas lá a
Prefeitura de Araçatuba vai ter que pôr dinheiro de seu próprio cofre para
devolver o equipamento ao uso da população.
Há prédios abandonados também da iniciativa privada, sendo
objetos de contendas judiciais, como aqueles (quase meia dúzia) cuja construção
foi iniciada, mas não terminada, por um
empresário que já foi prefeito e fala em se candidatar novamente. Não entregava
os carros do consórcio, a Justiça tomou os prédios, e ele fica esperneando até
hoje nas folhas do processo judicial.
E assim Araçatuba vai construindo sua história com os homens
e mulheres que a habitam. Essa coisa de segurar o seu desenvolvimento é antiga,
antiguíssima.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Secretário municipal de Cultura - Araçatuba-SP
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