AGENDA CULTURAL

27.10.15

Fechamento de escolas estaduais: recuo ou mentira?


Secretaria de Educação do Estado de São Paulo informou que haverá uma reorganização no ensino público estadual, de forma que as escolas tenham apenas um ciclo de ensino; das 94 unidades que fecharão as portas, 66 ficarão à disposição das cidades para uso de Educação de Jovens e Adultos (EJA), Centro Educacional Unificado (CEU) ou creche; cerca de 340 mil alunos terão que trocar de escola; decisão tem provocado diversas manifestações de estudantes paulistas (Brasil247).


Jornal "O Liberal", Araçatuba, 27/10/2015.
Secretaria nega fechamento de escolas estaduais em Araçatuba e Penápolis

Reforma no sistema de educação estadual vai criar 22 novas unidades de ciclo único na região

Secretário da Educação, Herman Voorwald, defende a reestruturação escolar
A Secretaria de Educação informou, por telefone, que nenhuma escola será fechada ou disponibilizada para o município ou para outras atividades nas cidades de Araçatuba e Penápolis. Em todo o estado, 94 escolas serão fechadas por causa do processo de reorganização da rede. Em outras como Birigui, Andradina e Lins, a pasta não soube informar se isso deve ocorrer.

A informação rebate uma lista divulgada pela Apeoesp (sindicato dos professores), na qual cita cinco escolas de Araçatuba e duas de Penápolis que poderiam ser fechadas por causa da reforma no sistema de ensino.

Segundo a Folha de S. Paulo, das 94 escolas fechadas, 66 serão repassadas para as rede municipais ou serão aproveitadas pelo próprio governo Geraldo Alckmin como unidades de ensino técnico, de ensino de línguas ou de educação de jovens e adultos. As outras 28 ainda têm destino incerto.

A MUDANÇAA Secretaria de Estado da Educação anunciou que a região de Araçatuba terá 22 novas escolas da rede estadual adequadas ao formato de ciclo único a partir de 2016. O objetivo é segmentar as escolas em três grupos (anos iniciais e finais do ensino fundamental e ensino médio), conforme o ciclo escolar. Ao todo, a partir de 2016, serão 41 escolas em ciclo único na região de Araçatuba, que abrange as diretorias de ensino de Andradina, Araçatuba, Birigui e Penápolis.

A lista das escolas que terão ensino alterado não foram repassadas à reportagem. Estão sendo feitas reuniões com diretores das unidades da região para decidir qual será inserida no novo formato.

A estimativa é que 311 mil alunos tenham que mudar de escola no ano que vem. A pasta não informou quantos alunos serão afetados por essas alterações na região.

JUSITIFICATIVASHá duas alterações que o governo estadual justifica para a alteração no sistema de ensino. A primeira é que, segundo eles, a mudança demográfica no Estado teve um declínio de 2 milhões de alunos em suas unidades de ensino desde 1998. O segundo argumento é a "constatação" de que as escolas de segmento único têm um rendimento até 28,4% superior às demais segundo estudos internos feitos pela pasta.

Ao todo, serão criadas no estado 754 novas escolas de ciclo único focadas em uma única faixa etária. Com isso, 2.197 escolas - 43% do total - passarão a funcionar neste modelo a partir do ano que vem.

"O momento é propício para mudanças e elas são necessárias. O rol de prédios construídos nos últimos anos atende a uma população que diminuiu consideravelmente e, por isso, é possível que agora entreguemos escolas melhores, focadas em ações pedagógicas para cada etapa do ensino", disse o secretário da Educação, Herman Voorwald.

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO:

Algo está errado nisso tudo. Pela grandeza da mobilização feita, poucas escolas serão fechadas no Estado de São Paulo diante da reação tamanha dos professores. Em Araçatuba, houve passeata monstro e não haverá fechamento de escolas. Que aconteceu?

Diante da reação negativa dos professores e a população que, pela primeira vez, se aliaram, o governador Geraldo Alckmin tornou menos ambicioso o projeto. Recuou. Dá um passo atrás agora, depois, dá dois à frente. Ou a APEOESP viu o rabo de um gato e imaginou que fosse uma onça? 

APEOESP: ALCKMIN FECHARÁ PELO MENOS 163 ESCOLAS

Um comentário:

Anônimo disse...

Em qualquer sentido, fechar escola é sacanagem do poder (de novo). Otávio Martins Amaral.