AGENDA CULTURAL

26.12.15

Grades, grades. Protegem pouco

Televisor de uma escola
Hélio Consolaro*

Não sou técnico de segurança, nem policial, mas converso, leio, observo. Alguns de meus contemporâneos (com mais de 60 anos) têm uma concepção medieval de segurança de sua casa e seus estabelecimentos.

Não devia ter tanto roubos e furtos, mas eles existem. Então, precisamos nos defender, nos prevenir. Veja a foto acima, não se trata de uma metáfora, literalmente um televisor antigo, talvez envelhecido na jaula, que já não vale mais nada no mercado, não despertando interesse dos ladrões. Ele está enclausurado em grade que custa mais do que o aparelho.

Uma casa ou estabelecimento com tantas grades não é sinal de segurança, pode ser até um protesto visual, enfeia o prédio, mas não impede tanto o acesso dos ladrões do que o alarme e a câmara monitorados. 

Não tenho (nem a família) empresa do ramo, nem sou vendedor de seguros. A visão do televisor enclausurado me fez tirar a foto e escrever este texto. Devemos garantir a segurança do local sem dificultar a nossa existência nele. Muito cadeado, muita grade dificulta a nossa vida, apenas produz no proprietário um falsa segurança psicológica.

Tenho um amigo teimoso cujo estabelecimento já foi arrombado várias vezes. A cada roubo, ele põe mais grades. Ele demora meia hora para abri-lo por completo. Na verdade, não está economizando, apenas, teimando.

Se não quiser por alarme, nem câmaras, deixe como está, fazendo um seguro.

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP   

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