AGENDA CULTURAL

23.3.17

Troca de cor do teatro, da casa da cultura e da biblioteca municipal

Folha da Região, 23/03/2017
Hélio Consolaro*

Nem ia escrever sobre essa bobagem, mas me convenci de que precisava dar uma palavrinha, afinal, fui citado na matéria acima. Todas as cores do mundo são lindas, nós é que fomos atribuindo significados a elas, até chegar às vezes ao preconceito.

Não foi o ex-prefeito Cido Sério que mandou pintar tais prédios de vermelho. Ele baixou no início de sua administração um decreto determinando as cores dos prédios públicos municipais. A cor vermelha aparecia bem discreta, uma faixinha.

Os dois prédios, tanto da Casa da Cultura Adelino Brandão (não esqueçamos nunca de homenagear o patrono) como Castro Alves, ficam em área bem central, enquanto a biblioteca municipal Rubens do Amaral em zona nobre, todos bem antigos. Tais prédios não recebiam reforma há mais de 30 anos.

Na hora de pintar, conversei com um artista plástico, pedindo-lhe uma sugestão: qual cor dava mais imponência a um prédio antigo. Ele me disse que era o vermelho. Assim foi. Muitas empresas tem seus prédios vermelhos, como também é a cor do espírito santo, como é a cor de partidos também. E assim por diante.

No caso do Museu dos Ferroviários Moisés Joaquim Rodrigues, inaugurado em 2016, que é um prédio restaurado da Vila Ferroviária, ficou novinho em folha, não exigi como secretário que constasse do projeto as cores. Está lá também bem bonito e tecnológico noutras cores.

Se os atuais administradores querem pintar os prédios com o azul, cor da bandeira Araçatuba, cor do céu, etc., mas também uma das cores do PSDB, para marcar a mudança, que façam, sem minha objeção. Não deixarei de frequentar o teatro e a biblioteca por causa disso. Apenas torço para que as políticas públicas culturais avancem, trocar de comando é um dos benefícios da democracia. 

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Ex-secretário municipal de Cultura de Araçatuba

2 comentários:

HAMILTON BRITO... disse...

Falou e disse. Temos que estar acima das picuinhas.

Emilia Goulart disse...

Não valorizo as cores das paredes, mas levantarei bandeiras aos bons projetos.
A cultura e a educação sim, deve ser tratadas com carinho e respeito. Venha de onde vier, mas que chegue a todos.
Emília Goulart