AGENDA CULTURAL

9.9.17

Beltrão e Maria Lúcia: deixar de empurrar a vida com a barriga

Maria Aparecida, a primeira professora de Beltrão, que veio da Bahia, Caculé, especialmente para a festa, Beltrão da Silva Santos e Maria Lúcia Zelocche
Neste último fim de semana, fui convidado para a festa de 70 anos do amigo Beltrão da Silva Santos, lá no salão Icaray Eventos, em Araçatuba. Convite para o casal: eu e a Helena. 

Um festão organizado pela companheira de Beltrão, Maria Lúcia Zelocche. Estavam presentes desde a primeira professora do aniversariante até os filhos adultos (alguns casados) do primeiro casamento de ambos. Não era aniversário de político, pois ele é músico, mas houve também um banquete de palavras, além do suculento jantar. Em compensação, as notas musicais produzidas por seus companheiros se harmonizaram ao vivo pelo salão por todo o tempo da festa.


Vista panorâmica do Salão Icaray, enfeitado para receber o aniversariante, na surpresa

O casal aparentava uma felicidade contagiante que irritava os pessimistas, pois parecia que abandonaram caminhos antes começados e se deram bem nos novos. Nunca ouvi nada que desabonasse a boa relação dos dois.

O casal prova ao mundo que é possível construir cada um, sozinho ou junto, a sua própria história. Deixar de empurrar a vida com a barriga, modificar o seu trajeto. Essa mudança é possível em todos os aspectos, mas neste texto me refiro à vida a dois. 

Não conheço particularidades da história da formação do casal Beltrão e Maria Lúcia. Nestes anos de amizade, não fiquei perguntando como se encontraram, como foram os momentos de angústias que, certamente, não foram poucos, porque isso é um segredo deles.


A nossa mesa: Hélio Consolaro (chapéu) e Helena. Aurélio Rosalino e Maria Rosa Bicalho, José Soares e esposa Aparecida, e Deana Inazawa (todos do grupo Amigos da Seresta)
Como o relacionamento começou com eles já maduros, nem deu tempo para ter filhos nos 23 anos de convivência. Cada um tem a sua família anterior, inclusive netos. E para falar a verdade, a felicidade é tanta que os dois parecem mais jovens que os filhos. A felicidade rejuvenesce.

Foi uma festa de aniversário, mas para mim foi de casamento, sem ritos, mas nem por isso Deus foi esquecido. Quase uma mesa eucarística em que se celebrou o matrimônio do casamento sem nenhum celebrante a não ser os protagonistas, seus parentes e amigos. 

Não consigo parabenizar apenas o Beltrão por seus 70 anos. Parabéns, Beltrão e Maria Lúcia.

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras



Beltrão da Silva Santos e Maria Lúcia Zelocche fazem parte do grupo Raízes do Samba, de Araçatuba 

Nenhum comentário: