AGENDA CULTURAL

22.9.17

Uma idade sexual

Hélio Consolaro*

Sei que você caro leitor, vendo o título de minha crônica andou pensando coisas. Se sossegue, não é nada daquilo, estou completando apenas, ou em demasia, 69 anos.

Uma idade tão provocativa, mas é o que sobra para a prática da safadeza dos velhos. Se você acha que seus avós não fazem mais besteiras por causa da idade, jovem leitor, estão enganados. Pelo menos os avôs estão queimando uma lenha danada, não estou falando em "queimar a rosca".

O 69, por exemplo, é uma prática propícia para velhos, já que a ereção anda meio rara. Língua para cá, e língua para lá.

O comprimido azulzinho é bom, mas o homem para tomá-lo precisa estar com saúde. E quem tem tanta saúde aos 69 anos? Então, temos que aprender com os homossexuais novas habilidades.

Se alguém me der camisinha de presente neste aniversário, não vou gostar, pois estou na idade de risco: 69 anos. Se ponho camisinha no Bilau, o bicho pensa que é touca e dorme. O uso fica proibitivo.

Brincadeiras à parte, caro leitor, não acreditava que fosse chegar à idade tão longeva, porque nasci numa época em que as pessoas morriam velhas antes dos 60 anos. 

Estou empurrando o mundo com a barriga com certa folga. Afinal, o sexo é bom, revitaliza, mas nem só dele vive o ser humano. Somos felizes por outras coisas também.

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras

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