Célio Pinheiro |
Sede da Academia Araçatubense de Letras |
Hélio Consolaro*
Se não houvesse existido o professor Célio Pinheiro, talvez não haveria a Academia Araçatubense de Letras. Ou sua fundação teria sido postergada. Ele era uma pessoa empreendedora, aquilo que planejava se transformava em realidade.
A entidade (AAL) pode não ser a ideal, mas é por ela que a literatura local ganha visibilidade. Apesar de toda a sua erudição, professor Célio gostava das pessoas simples, por exemplo, o patrono de sua cadeira, escolhido pelo primeiro acadêmico a ocupá-la é Osmair Zanardi, um poeta jovem, que era garçom e fazia o Curso de Letras na Toledo. Zanardi morreu assassinado.
Já tínhamos perdido o Célio, pois ele estava com a doença do "mal de Alzheimer" e na literatura a memória é tudo. Ele estava por aqui fisicamente, agora foi embora de vez. Meus sentimentos aos familiares.
É oportuno divulgar aqui a biografia e uma avaliação literária sobre Osmair Zanardi feitas pelo professor Célio Pinheiro, publicada na revista "Plural", da Academia Araçatubense de Letras.
LIVROS PUBLICADOS
"Oitenta anos de Os Sertões de Euclides da Cunha" (1982) - São Paulo. Editora Arquivo do Estado de São Paulo
Sondagem em Literatura Portuguesa (3 volumes), 1997, Araçatuba, Edicom
"Introdução à Literatura Portuguesa", São Paulo, Editora Pioneira, 1991
"História de Araçatuba", em coautoria de Odette Costa Bodstein, 1997, editado pela Academia Araçatubense de Letras
"Vagas vendidas - um vestibular incomum", romance juvenil, 2004, Editora Nankin, São Paulo
OSMAIR ZANARDI
Estudo para o Grupo Experimental (25/06/2002)
Biografia
O poeta nasceu
na Fazenda Canela, na zona rural entre Birigui e Araçatuba, em 14 de janeiro de
1955. Seus pais foram Antônio Artur Zanardi e Angelina Casagrande Zanardi. Ele
teve cinco irmãos: Dirce, Nair, Antenor, Isaura e Líria; os três últimos com
problemas de surdez e mudez.
Ainda bem
criancinha, sua família mudou-se para a zona rural de Guararapes. Lá, ele
começou a freqüentar escola. Foi um ótimo aluno. Já na segunda parte do ensino
fundamental (5a. à 8a. série), mudou-se com sua família
para Araçatuba.
Aqui, instalaram-se nas proximidades do Jardim
Planalto. Ele ficou um ano sem estudar, devido a enfermidade de seu pai; seu
irmão Antenor teve que abandonar uma escola para surdos que freqüentava no Rio
de Janeiro (então a capital federal do Brasil), a fim de trabalhar em
Araçatuba. Osmair retornou aos estudos na Escola Estadual de Primeiro e Segundo
Grau Clóvis Campos; ali concluiu os ensinos
básico e médio.
Ele sempre
trabalhou para ajudar a família. Dois de seus serviços, que marcaram bem sua
vida, foram o de auxiliar no Bar e Lanchonete “O gato que ri” e na secretaria
da Faculdade de Odontologia – Unesp de Araçatuba, onde foi secretário CD-2.
Capa do livro |
Sempre gostou
muito de ler; Antenor lhe trazia livros do Rio de Janeiro. Começou a fazer
poesia aos 10 anos de idade; registrava-as em um caderno especial. Seu desejo
sempre foi editar um livro. Em 12/08/1971 (16 anos de idade) concluiu o
manuscrito de pequena novela literária (cerca de 12 páginas digitadas) sob o
título “Tragédia simples”, de boa força dramática.
Era quieto, de
pouco falar; pronunciava corretamente as palavras, com tonalidade masculina.
Como pouco cumprimentasse os vizinhos, era tachado de orgulhoso. Era chamado,
às vezes, de “Padre”.
A prof. Maria
de Fátima do Nascimento, diretora de escola fundamental araçatubense,
forneceu-me preciosas informações sobre o poeta Osmair Zanardi, pois estudou
com ele no ensino médio (colegial) e no curso superior de Letras; a então professora
do colegial Aldah de Lima organizou uma peça teatral de autoria de Osmair sobre
Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga; para a peça, fizeram roupas
de época e cenário mineiros; houve um mês e meio de preparação e nela Osmair
declamava com grande emoção. Fátima iniciou o Curso de Letras em março de 1977
(Osmair com 22 anos de idade); eram 25 alunos em salas das Faculdades Toledo e
o único homem era Osmair. Ele era aluno de ano anterior. O curso era noturno,
às vezes aconteciam palestras aos sábados de manhã; durava dois anos e meio,
com cinco termos (um por semestre), para Licenciatura curta (permitia lecionar
só no ensino fundamental de 5a. a 8a. série). Estudavam
Literaturas Brasileira, Portuguesa, Inglesa e Norte-Americana; Línguas
Portuguesa, Latina e Inglesa; Lingüística,Teoria da Literatura e mais
disciplinas pedagógicas, já que o curso superior formava professores para
ensinos fundamentais e médios. Osmair freqüentava as aulas das 19h00 às 22h30
com algumas faltas. Quando ia, dominava a classe: era comedido, mas discutia
com os mestres. Suas colegas tinham receio dele: sentava-se isolado, não se
enturmava. Suas notas eram ótimas, sempre as melhores, era o melhor aluno da
turma. A disciplina que mais o atraía era Língua Portuguesa, o que se pode
notar pelos seus textos. Certa vez, um dos professores, Maria Aparecida de
Godói Baracat, solicitou análise de um poema chamado “Cálice” e Osmair fez uma
brilhante análise literária, principalmente na parte de fonética. Ele jamais
brigou com alguém durante o curso. Tinha boa dicção, usava palavras
consideradas “difíceis” para suas colegas. Não tinha bom gosto na escolha de
roupas pessoais: eram sempre para pessoas mais velhas do que seus vinte e
poucos anos; gostava de camisa branca, não usava “jeans”; sempre de óculos,
cabelos bem penteados; não era, porém, “sexy”. Não aparentava homossexualismo:
muito levemente seus gestos e posturas eram delicados. Osmair não “olhava” as
moças da Faculdade, nunca se abria com qualquer comentário, a não ser raras vezes
com Fátima. Nenhuma outra aluna de Letras (ou de outro Curso das Faculdades
Toledo) o via como um possível companheiro sexual. Seu sonho era ser professor,
contava a Maria de Fátima como planejaria suas futuras aulas. Fátima foi à casa
de Osmair, no Jardim Planalto, duas vezes e conhecia a mãe dele: achava sua
fisionomia materna séria, carrancuda.
Osmair
trabalhava para manter-se e ajudar sua família; A Motril é outro exemplo de
empresa araçatubense em que trabalhou. Sua atividade como servidor na Lanchonete
“O gato que ri” (que ficava na Rua Princesa Isabel, número 172), antes de
trabalhar na Faculdade de Odontologia, o fez conhecer um colega de trabalho, o
jovem Ismar Gomes que acabou por assassinar o nosso poeta. O proprietário da
lanchonete era Wilson Lujan. Ali, Osmair trabalhou com Ismar até 1977 e foi
assassinado em 05 de março de 1979, quando já estava no último termo do Curso
de Letras, próximo a se formar professor de Línguas.
Segundo
informações colhidas com Antenor (irmão de Osmair), sua esposa, sra. Marilene
Cardoso Zanardi, no Segundo Distrito
Policial de Araçatuba, em entrevistas e
pelo Boletim de Ocorrência número 766/79, de 05/03/1979, a morte de Osmair
Zanardi ocorreu da seguinte forma: o
assassino Ismar voltava de um encontro amoroso em que manteve relações
sexuais com uma moça chamada Solange e estava armado de revólver. Encontrou
Osmair que vinha voltando da Faculdade, bem à noite, na rua Umberto Bergamaschi
esquina com a rua Tomé de Sousa, só algumas quadras longe da casa de Osmair. Discutiram
e Ismar atirou no poeta com um revólver Taurus, calibre 32. A bala acertou
Osmair no peito pouco abaixo do mamilo direito e o matou em poucos minutos.
Ismar fugiu e só foi preso em meados de 1980; alegou à polícia que o poeta o
perseguiu, querendo manter relações sexuais, o que estranhou muito: nunca
imaginou pederastia nele. Segundo o boletim da polícia, o poeta era epilético e
todos os dias tomava um comprimido, não bebia álcool e não fumava. Já o
testemunho de Marilene Cardoso Zanardi difere um pouco do boletim policial:
Osmair e uma colega saíram cedo do Curso de Letras (mais ou menos às 20h30) e
andaram da Faculdade até a Rua Marcílio Dias, na altura do Supermercado
Aliança; num terreno baldio, ao lado, foram interpelados pelo assassino, que os
seguira até ali; a moça correu. O assassino, acreditando em intenções
libidinosas do poeta com a moça, atirou em Osmair. A polícia fez várias
investigações que incluíram inquirições na Faculdade de Letras, inclusive com
alguns professores; todos ficaram muito surpresos sobre o pretenso
homossexualismo afirmado.
Após a triste
morte do poeta, o jornal araçatubense “A Comarca” informava que “Um grupo de
elementos, amigos do saudoso Osmair Zanardi, pretende editar um livro com suas
poesias, algumas de fino lavor. Algumas estão em nosso poder (ele escrevia
muito), outras colhemos com a professora Maria Aparecida Baracat, outras ainda
com alguns colegas seus”. O jornalista responsável pela campanha em prol do
livro era Itamar Perenha.
O livro Rosa
de todos os ventos foi publicado em 1984, graças aos esforços , além de
Perenha, de Hélio Consolaro (que fez o “boneco” e a datilografia em estêncil,
como editor), de Maria Aparecida de Godoy Baracat, de Lúcia Maria Milani
Piantino (que escreveu a biografia de Osmair), de Edna Flor e do então
Departamento de Educação e Cultura da Prefeitura Municipal de Araçatuba. A
Gráfica Araçatubense fez a capa. Este livro único de Osmair Zanardi foi
publicado com 500 exemplares e está esgotado. Quem insistiu muito para que a
edição saísse foi a mãe de Osmair; sabendo do grande desejo do filho, procurou
Edna Flor que se uniu aos companheiros da realização.
Análise de sua poética
A análise da obra poética de Osmair Zanardi
conduz à sua época literária – o Modernismo das décadas 1960 e 1970. Inferi
que, nos movimentos literários desse período, duas correntes se sobrepõem, o
Pós-Modernismo aliado a um Simbolismo de interiorização negativista.
Tanto o Modernismo como o Simbolismo carregam
a idéia de crise do homem e do mundo. A congruência cede lugar às dúvidas, os
literatos vivem como frutos da crise de imagens entre a realidade e a
idealidade. Querendo fugir do real, mergulham em fugas, em irrealidades. Por
exemplo, no Simbolismo a realidade é substituída por símbolos, propondo a irrealidade;
no Surrealismo a realidade se transforma
numa subrealidade, algo que os poetas
propunham a fim de dourar, minimizar ou substituir a dura realidade.
Entre os poetas que iniciaram estas revoluções estão o norte-americano Walt
Whitman e os franceses Apolinaire e Rimbaud; influenciaram poetas portugueses e
brasileiros com o sentimento do real como uma ilusão – a mistificação (uma
espécie de energia que vinha do tédio e do devaneio): a atenção se desvia do
presente e as forças do inconsciente surgem, construindo a irrealidade das
imagens poéticas.
Vejamos alguns
exemplos dessas imagens na poética de Osmair Zanardi:
“Acalanto para
a noite dormir” (p. 5 de Rosa de todos os ventos): “Altas horas da noite
meu assobio / passeia pela rua deserta...”
- a personificação de assobio
transforma o substantivo num ser vivo, corporificado para caminhar pela rua
deserta; isto é, o poeta fica alheio à realidade, ele não está presente – é o
seu assobio que anda pela rua.
Idem, ibidem:
“...nem mesmo um cão ladra na madrugada dos meus passos.”
Idem: “O
assobio é a única forma real / dentro do mistério calado que abraça / as
paredes e os postes em procissão iluminada.”
“Matinas” (p.
45): “Um perfume doce há de embriagar todas as dores...”
“Cultivando”
(p. 46): “Arada foi a terra, / pronta estava a sementeira; tomei o alforje e
saí / a espalhar em todo o terreno / grãos de poesia.”
“Espera
noturna” (p. 55): Estou aqui te esperando / faz muito tempo / e não chegas para
juntos / bebermos deste copo que é / solidão e expectativa de vida.”
“ Ruínas” (p.
65): “Construí uma torre de silêncio / e nela fiz prisioneiras / as vozes do
Dia...”
Por imagem,
quero significar a representação (gráfica ou abstrata) de seres e sentimentos,
isto é, manifestação sensível do abstrato ou do invisível.
A vida poética
de Osmair Zanardi é feita de um lirismo indagador sobre a tristeza inerente à
vida – a sua vida. Sua poesia está montada sobre quatro aspectos:
a construção de imagens,
o domínio
vocabular e frásico,
a
infelicidade,
a busca da irrealidade.
Já vimos que
nos versos de Zanardi imagem é representação de seres e sentimentos,
manifestação sensível do abstrato ou do invisível. Seu domínio vocabular é
fruto de inteligência, de cultura, de muita leitura e de capacidade de
associação. Um bom exemplo de infelicidade com conseqüente busca da irrealidade
podemos ler no seu poema “Convergência”, na p. 52 de Rosa de todos os ventos,
que é um tristíssimo lamento do poeta.
Os primeiros
modernistas eram contrários aos movimentos anteriores, formavam a “unidade do
contra”. A grande novidade foi uma abertura lingüística: ver nossa língua
portuguesa com traços brasileiros; mas disso poucos privilegiaram, inclusive o
nosso Osmair Zanardi, pois ele, lingüisticamente considerando, prefere um
português dentro das regras; assim é que no seu poema “Acalanto para a noite
dormir” (p. 6) lemos: “A lua vem de uma nuvem e, indecisa, penetra outra...”; e
no poema “É primavera”: “Havia uma relva verde / e de verde relva seu rosto
rosa / brotava lânguido ao sol...”. Contudo,
revolucionariamente, a poesia de Zanardi não obedece às regras clássicas da
versificação: seus poemas têm beleza musical modernista quase sem rimas e
marcação silábica.
Os melhores textos
Reproduzo a
seguir os poemas de Rosa de todos os ventos que acho mais bonitos.
“Acalanto para a noite dormir” (p. 5): Altas horas da noite meu assobio
/ passeia pela rua deserta, esbarra / nas paredes e janelas sem frestas... //
Os que estão dentro das casas / não sabem o silêncio de fora / e o silêncio
externo não imagina / o mutismo interior... // E meu assobio desassombrado /
vai voando na calmaria noturna: / nem mesmo um cão ladra / na madrugada de meus passos. // As calçadas
retas levam o meu / caminhar incerto e deslizam como / esteiras rolantes.
Parecem deslizar / aos meus olhos atentos ao chão. // Lá vai meu assobio na
vanguarda, / fiel batedor abrindo a rua desnecessária: / sou muito pouco dentro
dela... // Não há sequer marginais / conspirando nas esquinas e por isso / me
assusto e me apresso mais: / o silêncio é muito difícil de aceitar, // mais que
compreender o delinqüente / porque este tem sempre uma razão concreta / para se
justificar, mas ao silêncio / só pertence um álibi: a noite imensa... // O
assobio vai e é a única forma real / dentro do mistério calado que abraça / as
paredes e os postos em procissão iluminada. // A lua vem de uma nuvem e,
indecisa, / penetra outra: já vi inúmeras / luas e pedaços de lua nesta
noite... // De repente, decido que meu / assobiar perturba a ordem das coisas:
/ se estão quietas devem ter lá seus argumentos. // Calo-me também e ambos, / a
noite e eu, pomos a chave na porta / e entramos no abrigo do corpo... // Quando
desligo os transístores, / horizontal como um morto bem comportado, / abrem-se
no cérebro maroto janelas / que vão soltando sonhos / e os sonhos vão
assobiando / no silêncio da madrugada!
“É
primavera!” (p.41): Quando na Primavera as borboletas esvoaçam, / Eu me lembro
de você e de uma Primavera qualquer / Distanciada no tempo... // Havia uma relva
verde / E de verde relva seu rosto rosa / Brotava lânguido ao Sol / E eu o
contemplava / De tudo esquecido... // Então, uma grande borboleta pousou / Em
sua face e, como tomado de / Um encantamento fantástico, / Seu corpo
seguiu-a... // E na relva verde só restou o espaço vazio / Do lugar onde
brotava o seu rosto! / Neste espaço, sepultei meu amor maravilhado / E hoje sou
outro quando contemplo a rosa... // Por isso, quando chega a Primavera / As
borboletas agitam-me na lembrança / Saudades quase esquecidas...
“Caminhada” (p. 35): Do vento não quero mais que um afago / que do
rosto me leve a angústia / e da chuva só quero o perdão / para todos os meus
pecados... // Alma exposta à natureza me deixo ficar / e sou purificado pela
água e pelo raio. / Tenho êxtases de luz e abissais mergulhos; / depois refluo
e sou inteiro outra vez... // Pêndulo oscilante entre os extremos / de um
caminho deserto / abraço a chuva e me desfaço / em fogo e sou de novo resto...
// Um dia os extremos se tocarão / e a estrada se volverá sobre si num grande
nó / e serei prisioneiro eterno dessa contradição / que não se dissolve nem à
chuva nem ao raio. // Vagarei, novelo de angústia / desfeito ao vento...
“Ruínas” (p. 65): Construí uma torre de silêncio / E nelas fiz
prisioneiras / As vozes do Dia... // Então, a noite veio / Quieta como um
réptil / E me pegou de surpresa / Debruçado na vigia das idéias... // Tive um
sobressalto. / Podia ter feito qualquer coisa / Mas fiquei ali tolhido, /
Apavorado, vendo as lembranças / Fugirem por uma brecha / No muro da saudade...
// Gritando amedrontadas / Elas iam devoradas / Pelas sombrias corujas da
noite... // E quando de novo raiou o Dia / Tudo continuou quieto / Porque as
vozes tinham morrido / E eu estava vazio de ruídos... // E´ passado o tempo. /
Ainda hoje aguardo / O tardio nascer de uma / Nova tranqüilidade brotando /
Entre os escombros desta / Paz destroçada... // Não tarda e, de novo, / A Noite
vem!
“Janela” (p. 24): Hoje volto e te encontro / Parada na mesma janela...
/ Não vejo pranto em teus olhos, / Apenas uma vaga luz. // Juro que não queria
te encontrar assim / Com esses olhos tão secos de lágrimas / Contudo brilhantes
de uma esperança / Que é quase fé, intuição de regresso... // Por que me
esperaste? / Por que me estendes as mãos / Tão puras apesar de mais frágeis? /
Por que não esqueceste? / Tu és a mesma, eu não. / Tu ainda sonhas, e eu? // Eu
que um dia pus meus ideais / Numa valise de sonho e parti, / Volto sem ideal,
sem mala... // Não, não sou eu que volto. / Eu me perdi no tempo, / Fiquei no
passado, Consumido na Vida... // Perdoa! Esquece esta imagem! / Fecha a janela!
Um comentário:
Um amigo da minha família, não merecia o trágico final, ele era uma pessoa maravilhosa.
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