AGENDA CULTURAL

7.5.18

Aprendendo a bater nos outros


Hélio Consolaro*

Ser violento, meter a mão na cara dos outros, ser agente de bullying, resolver os problemas com armas e violência, tudo isso se aprende nos arredores, com os semelhantes. Se a criança surra a boneca nas brincadeiras de casinha, certamente ela apanha de seus familiares.

Você vai me dizer que as crianças estão agarradas aos joguinhos eletrônicos e violentos, não querem nem saber de imitar os adultos. Tenho cinco netos, agarrados cada um a um tablete ou celular emprestado pelos pais, mas também brincam como nos velhos tempos. Com certeza, uma boa escola infantil ensina também as brincadeiras mais participativas às crianças. 

Mas o exemplo eloquente encontrei num supermercado. A menina mais velha apanhou da mãe na frente de todos porque batia na irmãzinha. Se havia alguém que merecesse apanhar, seria a mãe que ensinava às filhas surrar, como um bom método para resolver os problemas.

A violência entre nós, desde o estupro como a pedofilia, é aprendida, como também os cascudos, tapas, puxões de cabelos, morder os colegas na escola.  Uma criança criada numa família calma, acolhedora, certamente não será violenta.

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP   

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