AGENDA CULTURAL

21.10.19

Presidente tem o cocô cheiroso


*Hélio Consolaro, professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Dizem os entendidos que 1/3 do eleitorado é contra Bolsonaro; 1/3 não votou em ninguém (branco e nulos) e os demais votaram nele com algumas restrições. Dos apoiadores, apenas 12% são fanáticos, incondicionais, acham o cocô do presidente cheiroso.

Há uma verdade que não depende de interpretação. As referências do bolsonarismo no mundo estão ruindo, até o Trump. Israel, Argentina, Chile. A receita neoliberal exclui os pobres, deixando-os com o prejuízo de suas medidas econômicas.

O Chile foi apontado como modelo de previdência pelo ministro da Economia Paulo Guedes, mas atualmente virou um barril de pólvora em processo de incêndio.

A vantagem do liberalismo é a defesa da democracia, mas ultimamente os liberais andam de mãos dadas com a direita autoritária porque não conseguem simpatia popular por sua agenda econômica, a não ser a poder da força bruta.   

Além disso, a turma do Bolsonaro (ou ex-turma) só dá barraco, gente sem experiência que não conhece a liturgia do cargo que ocupa. Em nosso corpo, uma ferida aberta demora para cicatrizar; no corpo político, algumas não se fecham nunca. O laranjal do PSL tem muitos espinhos.

Enquanto isso, os que deram a costas ao Bolsonaro ficam ouvindo a lavagem de roupa suja em público. "Sua mãe não é mais moça", fulano é vagabundo. 

Todo governo começa bem e passa por um processo de apodrecimento, mas, no governo Bolsonaro, ele foi precoce, com poucos meses já cheira mal.   

Não sou um valoroso gritador de palavras de ordem, por isso espero que esse governo acerte nalgum setor, na economia, por exemplo. Não merecemos tanto sofrimento. Quem passou por Sarney e Collor sabe do que estou falando.

Nenhum comentário: