AGENDA CULTURAL

6.4.20

Antes e depois do Jornal Nacional


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Não sei se o leitor percebeu que o presidente das nações passaram a fazer pronunciamentos à nação. O Trump é um deles. Não desistiram das redes sociais, mas não estão lhes dando tanta importância. Parece que mandar o vírus para pôr ordem no galinheiro. 

Eles mesmos mentiram tanto pelo zap, live e tuíter, emitiram muitas fake news que a credibilidade deles caíram para 12%. O jornalismo venceu a pós-verdade, ninguém mais fala em terraplanismo. E esse fenômeno é mundial.

TV e jornal escrito voltaram a ser os meios mais confiáveis dos brasileiros. O projeto retrô da vovó de ter todos da família na sala vendo o Jornal Nacional se tornou realidade. 

O assunto único do momento fez com que os diversos televisores na casa se tornassem inúteis, porque o foco é o mesmo, o multiface diminui de intensidade. O nosso horário noturno voltou a ser regulado pelo Jornal Nacional, antes ou depois dele. 

Os jornalismo eliminou alguns programas da grade de programação, como Ana Maria Braga e Fátima Bernardes. Notícias dão ibope. E quanto menos histriônico for o telejornal, maior a credibilidade. Podem ser até chatos, essa característica dá a aura de seriedade.

O humor em áudio, quase um podcast ligeiro,  migrou para o zap e está fazendo um grande sucesso nos celulares, uma forma de enfrentar o coronavírus com mais comédia e menos tragédia. E são quase todos anônimos. 

A vítima deles é cotidiano da quarentena e os velhos passeando pelas ruas. Se tivessem vivos, José Vasconcelos, Charutinho, a dupla Vitório e Marieta, Barnabé estariam de volta.  

Outro fato interessante é que os refratários ao celular estão percebendo o valor do bichinho, pois os avós querem ver vídeos do netos, estão ansiosos para baterem papo com suas gracinhas.

Então, depois que tudo isso acabar, se o Consa não for antes, tenho certeza de que o mundo vai  ser outro. A pós-modernidade vai virar pós-corona. 

Um comentário:

Thiago Mineiro disse...

Exatamente Consa. E os incrédulos pessimistas descobriram que os joelhos não são apenas para ralar e servir de alavanca para as pernas. Ajoelha e reza!