AGENDA CULTURAL

26.5.22

Festa dos Santos Reis em Araçatuba - Antônio Reis




 DEVOTO MANTÉM TRADIÇÃO DA FESTA DOS SANTOS REIS NA PERIFERIA DE ARAÇATUBA

Um cantinho do Jardim Universo, periferia de Araçatuba, esteve em festa no domingo, 22 de maio. Gentes de Araçatuba, Birigui, General Salgado e Aracanguá que têm devoção pelos Santos Reis ou admiração pela interpretação do nascimento do Menino Jesus se reuniram na rua Conde Zepelin, na casa do festeiro Davi Alcides Patrício, que há 40 anos mantém a tradição herdada do pai, Expedito Patrício, mestre de folia de reis.
Por se tratar de uma representação popular do Natal, a “temporada das folias” geralmente começa em novembro e termina com a grande festa no Dia dos Santos Reis (6 de janeiro). Neste período, as companhias de reis (folias) visitam devotos que acreditam que a bandeira abençoa sua morada e, como “paga” pelo ritual, doam prendas para a grande festa. A bandeira é o símbolo máximo de uma companhia. Na despedida, os devotos louvam o estandarte pelo livramento de suas dores ou agradecimento por graça recebida.
As companhias de reis representam o gentio da Palestina celebrando a chegada do Salvador. Os três Reis Magos, felizes por terem encontrado o Menino Jesus, dançam, pulam, instigam o dono da casa a aumentar a prenda e fazem estripulias dignas de palhaços. Violões, violas, cavacos e caixas são os instrumentos que acompanham a cantoria. O cantor principal é chamado mestre.
A companhia Estrela de Davi atua anualmente de novembro até o 6 de janeiro, mas devido à pandemia nos dois últimos anos teve de interromper as atividades e a festa não pode se realizar. Por isso, Davi Patrício escolheu o 22 de maio para retomar a consagração dos Santos Reis.
A FESTA
A festa da companhia Estrela de Davi começou bem cedo. Às 7h, o festeiro abriu sua morada aos visitantes, que puderam se fartar com café, chocolate quente, bolos (de fubá, de chocolate), pão caseiro, arroz doce, canjica e doce de mamão. Por volta das 11h, já com a casa cheia, chegou o mestre Laurindo Catarucci.
Lá pelo meio-dia, a folia de reis e os visitantes saíram em caminhada rumo à rua José Marreira, cerca de 300 metros do local da festa, para buscar a bandeira que pernoitara na casa do devoto Sebastião Lopes Pereira. Depois da cantoria, orações e louvação, o estandarte é conduzido em nova caminhada ao local da festa.
Diante da morada de Davi Patrício, teve nova cantoria enquanto os palhaços pulavam em cambalhotas e rolavam pelo chão levantando poeira da rua sem asfalto e sob o sol escaldante. A dona da casa, Eliene Rocha, conduziu a bandeira para dentro da morada. Defronte ao presépio, a história do nascimento de Jesus foi contada por Mauro, um dos palhaços. Em seguida, foi a vez do rezador de terços Claudomiro Lima entrar em ação.
Encerrado o terço, foi servido um suculento almoço caseiro, com arroz, salada, macarrão, frango, carne com batata, nhoc, carne de porco cozida e mocotó. Todos bem alimentados, puderam assistir às apresentações de violeiros até o encerramento da festa, às 19h.





















































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