AGENDA CULTURAL

27.6.22

O romantismo morreu! - Gervásio Antônio Consolaro

  

Ao ler alguns textos e artigos sobre o assunto, somados à minha experiência de vida, entendi oportuno pesquisar e trazer hoje em nossa coluna. 

        “Ninguém quer mais nada sério com ninguém”

         Você certamente já disse isso, ou pelo menos escutou algo parecido por aí, não é? É bem comum a gente escutar pessoas dizendo coisas desse tipo. De fato, estamos vivendo em um planeta onde “todo mundo espera alguma coisa de uma sábado à noite”, mas a gente não está se dando conta de que aconteceu algo estranho...que parece desconexo: todo mundo se procura, e ninguém se acha. E voltar para casa sozinho depois da balada virou quase uma regra.

        Falam  em amores líquidos, em relações fast-food, em amizades com “benefícios”, ou quando eu jovem amizade  “colorida” e por aí vai. Mas a verdade é que, independentemente do rótulo, viver a dois é algo complicado! Por mais que a gente ame, não sentimos a todo o momento aquele amor tipo “borboletas fazendo cócegas na barriga” (e teríamos de sentir?).

        As relações também são desacordos, injustiças, incompreensões e, às vezes, até a vontade partir para nunca mais voltar. Entretanto, eu me pergunto se o que está acontecendo hoje em dia é realmente uma desestruturação que torna o relacionamento inviável, ou se os casais contemporâneos não estariam passando por um complicado paradoxo: o de descobrirem se querem continuar vivendo formatos de relacionamentos que foram aprendidos, ou apostar  na fragilidade de ser a dois, mergulhando na aventura de encontrar-se consigo mesmo  e aprender a se comunicar sem máscaras ou véus preconcebidos.

       Mais que uma superficialização, aquilo pelo que os relacionamentos estão passando é uma reestruturação,  a busca de uma nova identidade, de formas diferentes de se relacionar e ser feliz. E, como toda transição, isso pode ser algo bem doloroso e aparentemente caótico.

      Não seria ousado dizer que existe uma possibilidade quase infinita de formatos de relacionamentos. Mas o caso é que, quando duas pessoas querem compartilhar a vida juntas, de forma amorosa, sempre vai existir o parente, o vizinho, a  sociedade... Para lembrar que há costumes que fazem uma relação ser “normal e saudável” e que seu relacionamento e seu amor só será verdadeiro se couber dentre desse frasco com um rótulo, onde se lê, em letras gigantes, as normas estabelecidas e usadas por gerações.

        Há tantos modelos de relacionamentos quanto pessoas no mundo, e que você e a pessoa que você ama vão ter de encontrar o de vocês. Existem relacionamentos abertos, fechados, meio abertos, estáveis, vai e volta, monogâmicos, poligâmicos, poliamor, competitivos, enrolados, acomodados, homoafetivos, independentes...

        Existem mil maneiras de preparar o amor, mas, para inventar a sua forma, se preciso for,  você vai ter de ousar mergulhar nas suas verdades e talvez, desmontar as verdades estabelecidas do seu meio social que você engoliu como uma pílula e acabou acreditanto serem suas.     

Gervásio Antônio Consolaro, diretor da AFRESP, delegado regional Tributário e  auditor fiscal da Receita Estadual, aposentado, contador, administrador de empresas, bacharel em Direito e pós-graduação em Direito Tributário, coach pela SBC.                g.consolaro@yahoo.com.br 

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