Ao ler alguns textos e artigos sobre o assunto, somados à minha experiência de vida, entendi oportuno pesquisar e trazer hoje em nossa coluna.
“Ninguém quer mais nada sério com ninguém”
Você certamente já disse isso, ou pelo menos escutou algo parecido por
aí, não é? É bem comum a gente escutar pessoas dizendo coisas desse tipo. De
fato, estamos vivendo em um planeta onde “todo mundo espera alguma coisa de uma
sábado à noite”, mas a gente não está se dando conta de que aconteceu algo estranho...que
parece desconexo: todo mundo se procura, e ninguém se acha. E voltar para casa
sozinho depois da balada virou quase uma regra.
Falam em amores líquidos, em
relações fast-food, em amizades com
“benefícios”, ou quando eu jovem amizade
“colorida” e por aí vai. Mas a verdade é que, independentemente do
rótulo, viver a dois é algo complicado! Por mais que a gente ame, não sentimos
a todo o momento aquele amor tipo “borboletas fazendo cócegas na barriga” (e
teríamos de sentir?).
As relações também são desacordos, injustiças, incompreensões e, às
vezes, até a vontade partir para nunca mais voltar. Entretanto, eu me pergunto
se o que está acontecendo hoje em dia é realmente uma desestruturação que torna
o relacionamento inviável, ou se os casais contemporâneos não estariam passando
por um complicado paradoxo: o de descobrirem se querem continuar vivendo
formatos de relacionamentos que foram aprendidos, ou apostar na fragilidade de ser a dois, mergulhando na
aventura de encontrar-se consigo mesmo e
aprender a se comunicar sem máscaras ou véus preconcebidos.
Mais que uma superficialização, aquilo pelo que os relacionamentos estão
passando é uma reestruturação, a busca
de uma nova identidade, de formas diferentes de se relacionar e ser feliz. E,
como toda transição, isso pode ser algo bem doloroso e aparentemente caótico.
Não seria ousado dizer que existe uma possibilidade quase infinita de
formatos de relacionamentos. Mas o caso é que, quando duas pessoas querem
compartilhar a vida juntas, de forma amorosa, sempre vai existir o parente, o
vizinho, a sociedade... Para lembrar que
há costumes que fazem uma relação ser “normal e saudável” e que seu
relacionamento e seu amor só será verdadeiro se couber dentre desse frasco com
um rótulo, onde se lê, em letras gigantes, as normas estabelecidas e usadas por
gerações.
Há tantos modelos de relacionamentos quanto pessoas no mundo, e que você
e a pessoa que você ama vão ter de encontrar o de vocês. Existem
relacionamentos abertos, fechados, meio abertos, estáveis, vai e volta,
monogâmicos, poligâmicos, poliamor, competitivos, enrolados, acomodados,
homoafetivos, independentes...
Existem mil maneiras de preparar o amor, mas, para inventar a sua forma, se preciso for, você vai ter de ousar mergulhar nas suas verdades e talvez, desmontar as verdades estabelecidas do seu meio social que você engoliu como uma pílula e acabou acreditanto serem suas.
Gervásio Antônio Consolaro, diretor da AFRESP, delegado regional Tributário e auditor fiscal da Receita Estadual, aposentado, contador, administrador de empresas, bacharel em Direito e pós-graduação em Direito Tributário, coach pela SBC.
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