AGENDA CULTURAL

29.11.07

Excursão escolar


Hélio Consolaro

Organizar excursão na escola é sempre um atrativo a mais para os alunos, pais e professores, mas não faltam os negativistas que fazem pose de realistas, porque pode acontecer isso, ocorrer aquilo... Mas a vida é cheia de riscos, quem não quisesse tê-los, não poderia ter nascido.

Para a irmã Natalina Baptistelo, diretora da Colégio N.S. Aparecida, Araçatuba, que há 10 anos dirige o educandário, a palavra medo foi substituída por esperança em seu dicionário. Todo final de ano, ela organiza uma excursão de professores, funcionários e pais para Aparecida do Norte, como forma de agradecer à padroeira da escola o sucesso e, por que não, os tropeços de cada etapa vencida.

Para não se tornar apenas uma romaria, as irmãs programam sempre um dia e uma noite numa cidade turística. Uma isca. Fiquei estarrecido, caro leitor, havia seis religiosas, todas paramentadas, bem mais freiras por metro quadrado do que no Vaticano.

Neste ano, a isca foi Poços de Caldas – MG. Cidade que a saudosa Odette Costa cansou de noticiar em sua coluna social: “Os noivos foram passar a sua lua-de-mel em Poços de Caldas”. Era chique! E, naquela época, bem antigamente, as noivas se casavam virgens... Hoje... Deixe pra lá, Consa, senão a madre superiora vai lhe dar um puxão de orelha!

E, neste ano, a excursão-romaria aconteceu nos feriados do Dia da Proclamação da República. Como pai de professora da escola, este croniqueiro foi convidado. Quando adentrei o ônibus com a Japa, todos se perguntaram: “Que esse linguarudo vai escrever de nós?” Ficaram com medo, mas na volta, no sábado à noite, várias vozes sugeriram:

- Escreva da gente na Folha da Região, hein?!

Eu não podia frustrar meus 33 leitores.

Na saída, depois de Birigüi, uma das irmãs puxou o terço. Calma, leitor, foi apenas uma vez. E assim este croniqueiro rezou o mantra católico. Paguei alguns de meus pecados, que não são poucos. Pra lá de Lins, alguém sugeriu:

- Tenho aqui o filme Tropa de Elite!

Pensei que a madre superiora fosse decretar a censura prévia, mas agüentou todos os palavrões do filme. Afinal, não se pode viver isolado do mundo.

Este espaço é curto para dizer tudo, relatar as situações engraçadas, como as freiras aos gritos de medo ao andarem no teleférico. Valeu a pena. Todas as escolas deviam organizar excursões com seu pessoal. Cria ambiente de camaradagem.

No final, todos se sentiram gratificados pelas despesas e pelo trabalho realizado. Até os pernilongos do hotel em Lorena foram perdoados. Que tal agitar mais a sua escola com excursões!

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