AGENDA CULTURAL

6.2.11

"Quanto maior o público, menor a complexidade do filme"

Juan Carlos Valdivia, diretor boliviano, fez um filme autoral e ganhou muitos prêmios estrangeiros. Ele gostaria que a América Latina passasse a exportar mais suas histórias, e não tanto suas misérias
LAURA LOPES
Valdivia ficou três anos em jejum de cinema. Retornou à ativa com um filme totalmente autoral
O diretor boliviano Juan Carlos Valdivia estava como que convalescente, doído e machucado depois de uma produção de sucesso, mas pela qual teve que fazer muitas concessões. American Visa, de 2005, trouxe a desilusão por que passa todo jovem diretor que almeja independência e autoridade sobre sua obra. "O filme acabou virando cinema de marketing, que está destruindo o cinema (de arte)", diz. Depois disso, ficou quase três anos num "inverno" cinematográfico, sem produzir ou assistir cinema. Eis que num momento de iluminação, resolveu que deveria escolher entre se renovar ou morrer como artista. "Decidi fazer um filme que só eu poderia fazer", afirma. Em seis meses, escreveu o roteiro, rodou e finalizouZona Sur, longa que ganhou prêmio de melhor diretor e roteiro em Sundance na categoria cinema mundial, melhor ator, roteiro e prêmio especial do júri no festival de Guadalajara, e esteve na seleção oficial dos festivais de Tóquio, Miami, Berlim, Huelva (Venezuela) e Roma. Aqui no Brasil, o filme, finalizado há um ano e meio, foi exibido no Festival do Rio, em setembro, e no Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, em julho. 

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