AGENDA CULTURAL

24.2.11

Quebrando tudo! - entrevista com o maestro Júlio Medaglia

Júlio Medaglia não tem papas na língua e não poupa ninguém. Aos 71 anos, doa a quem doer, ele continua desafiando o coro dos contentes e quebrando protocolos de apatia e conveniência. Destroçada pelo maestro, a música brasileira de ontem, hoje e amanhã invade as próximas páginas, sob a ótica de um de seus mais brilhantes defensores (e críticos)
por Marcelo Pinheiro fotos Luiza Sigulem - REVISTA BRASILEIROS


Ao lado dos maestros Rogério Duprat e Damiano Cozzella, o paulistano Júlio Medaglia extrapolou a esfera formal da música erudita e ajudou a escrever alguns dos capítulos mais anárquicos de nossa indústria cultural. Ao leitor que desconhece Medaglia, saiu de sua batuta o magistral arranjo de Tropicália, suíte musical de impacto cinematográfico composta, em 1967, pelo jovem Caetano Veloso, um dos vértices de um triângulo revolucionário. Envolvido em ações como a regência da Orquestra Vera Cruz, de São Bernardo do Campo, concertos internacionais e a condução do programa Prelúdio - vitrine de novos talentos da música erudita exibido pela TV Cultura -, Medaglia não tem tempo para os louros do passado. Nem Chico, nem Caetano, tampouco o conterrâneo Gil - o tal triângulo - escapam ilesos da extrema sinceridade do maestro. O homem é mesmo uma metralhadora giratória e, seguindo os conselhos de despojamento webernianos defendidos por ele, esse repórter humildemente sai de cena e abre seu microfone. Sinceras desculpas àqueles que esperavam um belo perfil, repleto de flashbacks de seus grandes e inúmeros feitos, mas o futuro da música brasileira pede respostas e direções, e Júlio, como poucos pensadores deste País, é alguém que excita, incita e precisa ser ouvido. Um instante, leitores...

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