AGENDA CULTURAL

10.5.11

DOM QUIXOTE DE LA MANCHA - Cervantes (Clássicos da Literatura Mundial)





A história de Dom Quixote de La Mancha, escrita por Miguel de Cervantes y Saavedra (1547 - 1616), encanta a todos há mais de quatro séculos; considerado o melhor livro de ficção de todos os tempos em 2002, por uma comissão de críticos de todo o mundo e um dos livros mais traduzidos da literatura mundial.
Considerado o Shakespeare dos espanhóis, Cervantes escreveu aquilo que para os historiadores é um documento histórico precioso; o livro conta os feitos do Cavaleiro da Triste Figura em ritmo de romances da cavalaria, Cervantes enervado com o sucesso desse tipo de gênero literário junto ao grande público, propondo-se a ridicularizá-los, realizou uma das maiores sátiras aos preceitos que regiam as histórias fantasiosas daqueles heróis de fancaria*.
Dom Quixote de La Mancha, a maravilha literária de Cervantes, narrado na mais fina prosa castelhana, é composta de 126 capítulos de sabedoria, amizade, enternecimento, encantamentos, loucuras e divertimento, divididos em duas partes: a primeira surgida em 1605 (tipicamente barroca, deixa a impressão de liberdade máxima) e a outra em 1615 (produz a sensação constante de encontrarmo-nos encerrados em limites estreitos). Cervantes comparou a vida de soldado, que ele foi, com a de escritor, que ele terminou sendo, concluindo que aquele ofício só lhe dera dor de cabeça, vigílias, vazios de fome e padecimentos mil.
O personagem principal da obra é um pequeno fidalgo castelhano (Dom Quixote) que perdeu a razão pela leitura assídua dos romances de cavalaria e pretende imitar seus heróis prediletos, mas que acaba envolvendo-se em uma série de aventuras, juntamente com seu fiel amigo e companheiro, Sancho Pança, (que tem um perfil mais realista); porém, Dom Quixote tem suas fantasias sempre desmentidas pela dura realidade; isto acaba dando ao livro um tom altamente humorístico.
Montado em seu fiel Rocinante e acompanhado de Sancho, o Cavaleiro promove sucessos e combate agravos, ampara donzelas e endireita tortos. E embora a vida de cavaleiro andante seja dura, não lhe faltam momentos doces ao recordar-se de sua amada, a sem-par Dulcinéia Del Toboso, flor e espelho do gênero dantesco.
Dom Quixote e Sancho Pança representam valores distintos, embora sejam participantes do mesmo mundo, e rapidamente conquistaram, juntamente com a figura do cavalo Rocinante, a imaginação popular.
Dom Quixote é uma obra prima, fruto de uma imaginação sem igual, capaz de envolver os leitores por um grande período de tempo e permanecer para sempre em seus corações.
Abaixo um trecho de Dom Quixote de La Mancha, o soneto escrito por Dom Belianis de Grécia a Dom Quixote de La Mancha:

“Rompi, cortei, amolguei, fiz e refiz
Mais que no orbe cavaleiro andante;
Fui destro, valente, arrogante;
Mil agravos vinguei, cem mil desfiz.
Façanhas dei a Fama que eternize;
Comedido e regalado amante;
Foi anão para mim todo gigante
E ao duelo em qualquer ponto satisfiz.
Tive a meus pés prostrada a Fortuna,
E trouxe do copete* minha cordura*
À calva Ocasião ao estricote
Mas, ainda sobre os cornos da lua
Sempre se viu no cume minha ventura,
Tuas proezas invejo, ó Dom Quixote!”
30 minutos

Nenhum comentário: