AGENDA CULTURAL

24.7.11

Interculturalidade. Você sabe o que é?


Revista ÉPOCA entrevistou o interculturalista Milton J. Bennett, um dos maiores nomes do campo, para explicar. “A Comunicação Intercultural é uma evolução da Teoria da Comunicação para um contexto mais global", disse
LUCAS HACKRADT
   Divulgação
INTERCULTURALIDADE "No Brasil, acredito, vocês têm uma identidade nacional, mas também existem claras divisões regionais e identidades locais. Isso sem contar as identidades étnicas. No fim, os brasileiros não são nem só brasileiros nem são também só nordestinos ou sulistas; eles são tudo isso ao mesmo tempo. As identidades regionais e a nacional não se sobrepõem ou se anulam; vocês são todas essas identidades."
Vivemos em um mundo cada dia mais conectado e em que as pessoas estão cada vez mais em contato umas com as outras. A afirmação já é tão disseminada que virou praticamente um clichê. Apesar disso, pouca gente sabe que essa nova realidade virou objeto de estudo e acabou criando um novo campo teórico. Assim como a sociologia e a antropolgia, o interculturalismo estuda as culturas dos povos, mas se diferencia de ambas essas áreas por propôr uma análise do ponto de vista da interação entre as pessoas.

“A Comunicação Intercultural é uma evolução da Teoria da Comunicação para um contexto mais global; defende que as pessoas precisam primeiro entender a si, aprender a dar significado a suas próprias formas de comunicação, para só então poder criar significados que façam sentido para todos os outros”, afirmou, a ÉPOCA, o interculturalista Milton J. Bennett, considerado um dos pais da área e um dos mais importantes estudiosos do tema.

Bennett defende que a aprendizagem intercultural é essencial para que todos convivam em paz no mundo. Segundo ele, devido às diferenças que existem entre todos nós, acabamos por nos eliminar. “Primeiro tentamos converter a pessoa diferente para que seja igual a nós. Infelizmente, porém, se essa conversão falha, a história mostra que o ser humano parte para a saída mais simples, que é eliminar o povo culturalmente diferente”, disse.
Como evitar esse extremo? Bennet diz que a saída é oferecer educação intercultural em todo o mundo, principalmente através de programas interculturais altamente capacitados e de institutos e ONGs de ensino da interculturalidade. Além, é claro, de se reforçar a ideia de que, no fundo, somos todos iguais, independente de onde nascemos.

Um comentário:

jhamiltonbrito.blogspot.com disse...

depois quero falar mais sobre o assunto para que o senhor me explique certas coisas mas , rapidamente: qual o motivo dele usar o termo ACREDITO na colocação:
No Brasil, acredito, vcs têm uma identidade nacional. O senhor SABE que temos uma aqui como a Argentina tem uma lá e assim sucessivamente, além das divisões regionais, que aqui as temos mais que outros paises.
Se o interculturalismo ESTUDA como a sociologia, porque não tem o nome de Interculturalogia....olha lá, ofende baixinho.