AGENDA CULTURAL

1.9.11

Perguntas sobre minha saída da Folha da Região


Motivo dessa entrevista: se as pessoas me perguntam, há dúvidas no ar. Nada melhor que ter um lugar, uma mídia, para que se tenham alguma explicação.

1. Alguma mágoa em relação à Folha da Região?
R. Nenhuma, sempre tive o maior respeito pela família Senche, deixei lá muitos amigos. Os motivos de minha saída são jornalísticos e também políticos. Faço parte da administração Cido Sério (PT) e acredito nela. E acho que a FR está exagerando nas tintas, está passando de um jornalismo crítico, necessário; para um jornalismo partidário, desnecessário, prejudicial aos leitores e ao próprio jornal. Numa democracia, o jornal deve dar voz à oposição, obter informações dela, mas não é seu papel ser a própria oposição, substituindo os partidos políticos.

2. Você ganhava, recebia honorários para escrever na Folha da Região?
R. Depois que passei a ser secretário municipal da Cultura, não recebi por aquilo que escrevi, que de diária passou a semanalmente. Normal. A partir de 2009, passei a ser um apenas colaborador da FR. Nessa condição, pedi que o jornal me cedesse uma coluna para que eu explicasse determinadas atitudes da atual administração municipal. Negaram-me espaço e nem me liberaram para fazer isso noutro jornal. Lá é proibido elogiar a atual administração, só Freud explica. Ou Adam Smith. O redator-chefe me disse que se fizesse isso, eu não publicaria mais na FR a coluna “Por Trás das Letras”. Manifestando esse meu dilema para uma amiga, ela me pôs em contato com O Liberal Regional, que aceitou minha proposta. Há algum tempo, publico meus artigos em jornais de mais três cidades.

3. Você deve se sentir orgulhoso. Foi substituído por Pasquale Cipro Neto.
R. É verdade. A FR cometeu um grande erro na minha substituição. Há professores qualificados em Araçatuba e região que poderiam me substituir, preferiram comprar matéria de agência.

4. Você não criticava a administração Maluly na coluna “Ponto Cego” da Folha da Região?
R. Sim, mas eu não me alimentava de informações dos agentes políticos da época. Eu ouvia os repórteres ou lia a notícia e fazia ironias a respeito. Poucas vezes fui denuncista. Além disso, eu não era o editor-chefe, aliás, era muito controlado, censurado naquela época. Aliás, agradeço esse controle, compreendo-o melhor com o distanciamento temporal.  O jornal pode manifestar suas opiniões no editorial, nos artigos, nas crônicas, mas ele não pode manipular informações, escondendo os fatos do leitor. Atualmente, a Folha da Região faz isso descaradamente. Atualmente, até a linguagem usada baixou o nível. Está com cara de imprensa marrom. Os editoriais, por exemplo, estão panfletários.  

5. Como fica o seu relacionamento como secretário da Cultura com a Folha da Região?
R. Como antes, não vou misturar as coisas. Passarei as notícias para todos os órgãos de imprensa por meio dos blogs da Secretaria Municipal de Cultura e por release. Se algum repórter telefonar para obter alguma informação, será prontamente atendido. Espero esse comportamento republicano também da Folha. Não podemos confundir interesses empresariais e políticos com o direito à informação do leitor (e eleitor), aliás, paga assinatura para isso.
  

Um comentário:

Anônimo disse...

Ja foi tarde!!!! Deveria ter saido antes. O pouco que li nao gostei.