Antes de decidir juntar as escovas de dente, é bom pensar
bem nessa decisão, defendem os especialistas
Por Ilana Ramos - www.maisde50.com.br
Ah, o amor! Esse sentimento, que dicionário nenhum consegue
definir, nos faz tomar as mais loucas decisões. Uma dessas decisões é o
casamento. Afinal, não é tão simples assim resolver juntar as escovas de dente
e dividir o resto da sua vida com outra pessoa. Todos sabemos que
relacionamento nenhum pode ser baseado em uma receita de bolo, mas será que
existe alguma maneira mais simples de tomar essa decisão? É bom pensar bem
antes de dizer "sim".
O casamento não é apenas a assinatura de alguns documentos
no cartório e a troca alianças no altar. De acordo com a psicóloga Mariza
Póvoas, "casar é um rito de passagem, um momento de definições de papéis,
um começo de uma nova vida, uma construção de nova identidade. Dada a
importância desse ato, é necessário que se esteja apaixonado. A paixão
fortalece vínculos, entretanto, essa paixão deve ser 'saudável', onde o
importante é cuidar e valorizar a pessoa amada, não anular-se em função do
outro e nem esperar que o outro seja a sua única fonte de prazer".
Seja para declarar seu amor para o mundo ou por necessidades
financeiras, o casamento é um passo importante na vida de qualquer pessoa.
Segundo a psicóloga clínica e Mestre em Psicologia na área do estudo das
Subjetividades Noeli Godoy, "quem já foi casado anteriormente tem mais
facilidade de tomar a decisão de entrar em um novo matrimônio. Ela tem mais
experiência, sabe como é e se deseja viver isso novamente. A única coisa que
pode prejudicar essa pessoa é o fantasma do relacionamento anterior a impedir
de enxergar o atual".
Muitos fatores que algumas pessoas acham suficientes para
casar podem não justificar a decisão. Para Noeli, "quando estamos
envolvidos afetivamente, o nosso raciocínio se engana. Meu terapeuta diz uma
coisa muito interessante: 'o amor só é verdadeiro quando se coloca óculos no
sentimento', ou seja, quando, mesmo após enxergar os defeitos e virtudes da
pessoa com clareza, o afeto continua. Não existe nenhuma relação que não tenha
problemas, que não tenha dificuldades. A questão é saber se quer enfrentar
isso".
A afinidade sexual é importante, mas não é fundamento de um
casamento. Mariza diz que "a atração sexual é importante por ser o
primeiro sinal no início de um relacionamento e, a partir daí, vai-se
construindo o amor, com cumplicidade. Se existir unicamente sexo, dificilmente
será possível construir um casamento. Essa relação normalmente exige que seja
conquistada uma intimidade onde seriam compartilhados os medos, alegrias
segredos e dúvidas. O mesmo para a paixão. A paixão é fugaz, temporária. A
paixão desenfreada ou obsessiva não é saudável, mas é preciso que o ser amado
seja valorizado e cuidado com paixão".
Casar não resolve problema de ninguém, por isso, pense bem
antes de dizer “sim”. Como diz Noeli, "imagina se comprometer a viver uma
vida inteira com uma pessoa com outro estilo de vida, outra cultura. Muda a
rotina, muda o modo de existir. Casar não resolve problema, pelo contrário, os
aumenta. O que muda é a maneira como você vai encará-los. Esse é o barato de
uma relação. De repente, essa pode ser uma parceria que vai dar certo. O
problema pode ser a solução". Mariza completa dizendo que "o casamento
requer adaptação, revisão de valores e o ajuste do sonho à realidade".
Um comentário:
Éh.. E saber que eu disse SIM já faz um mês...
www.desenhadinho.com
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