Hélio Consolaro
Manhãzinha, da casa do sujeito que empresta os quartos, saiu
um morenão, ligou o Fiat Uno e sumiu. A presença daquele sujeito no quarteirão
não era bem aceita. Não incomodava, não falava
com ninguém, mas a diferença incomodava
a vizinhança. Ouviam-se as queixas: “O mundo está perdido”, “Está condenado ao
fogo do inferno”.
Na calçada da melhor casa da
quadra, bem enfrente, a empregada
varria a calçada, cumprindo sua
função de mucama; no alpendre, a patroa a olhar, mas não via excelência da varrição. As duas viram a cena e permaneceram
caladas.
A empregada acabou o serviço externo, voltou para dentro.
Foi cuidar da cozinha. As duas se entreolharam na área de serviço e
começaram a falar sobre o que viram.
Cada uma queria falar mais que a outra. Chegavam a perder o fôlego. Arrumaram assunto
para a conversa daquela manhã.
17/04/2012
Um comentário:
Instigante, divertido e leve... Ótima maneira de começar o dia... Parabéns querido...amei!!! Seguirei (perseguirei, rs) voce...beijos azuis Ka (http://menteflorida.blogspot.com.br)
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