Hélio Consolaro*
Na cidade existia uma lagoa, tinha um nome muito bonito: Lagoa das Flores. Mas não havia nenhuma flor, só alagamentos em tempos chuvosos. Era notícia nas primeiras páginas de um jornal.
Entrou um prefeito para administrar a cidade. E ele disse certo dia:
- Vou acabar com essas enchentes provocadas pela Lagoa das Flores.
Todos riram, não acreditaram. O prefeito aumentou o buraco da lagoa, mexeu na tubulação de captação e evasão da água, pôs uma máquina para tirar a água excendente. Coisas óbvias, que ninguém havia tentado. Todo mundo dizia que precisava gastar muito para resolver o problema, e largava o problema pra lá.
A oposição torcia contra as soluções, queria que o povo daquele lugar sofresse com as enchentes para ganhar votos. Até tentou entupir a tubulação. Um jornal da cidade ficou frustrado, não tinha mais manchetes escabrosas. As aves agourentas não suportavam tal situação.
Numa das chuvas pesadas que caía sobre a cidade, um representante do prefeito ficou de plantão ao lado da Lagoa das Flores para ver como as águas se comportariam. O carro do jornal passou por lá várias vezes, queria fotografar vazamento da lagoa, povo carregando móveis, xingando o prefeito, mas não conseguiu, não houve desgraça.
O repórter do jornal, carrancudo, nervoso, passava de carro. E o representante do prefeito sorria pra ele, como a dizer:
- Se danou, não tem enchente!
No outro dia, não houve manchete, porque não houve enchente. O editor achou desgraça noutra cidade para pôr em letras garrafais.
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Ela está assim |
E se ela ficasse assim! |
Na cidade existia uma lagoa, tinha um nome muito bonito: Lagoa das Flores. Mas não havia nenhuma flor, só alagamentos em tempos chuvosos. Era notícia nas primeiras páginas de um jornal.
Entrou um prefeito para administrar a cidade. E ele disse certo dia:
- Vou acabar com essas enchentes provocadas pela Lagoa das Flores.
Todos riram, não acreditaram. O prefeito aumentou o buraco da lagoa, mexeu na tubulação de captação e evasão da água, pôs uma máquina para tirar a água excendente. Coisas óbvias, que ninguém havia tentado. Todo mundo dizia que precisava gastar muito para resolver o problema, e largava o problema pra lá.
A oposição torcia contra as soluções, queria que o povo daquele lugar sofresse com as enchentes para ganhar votos. Até tentou entupir a tubulação. Um jornal da cidade ficou frustrado, não tinha mais manchetes escabrosas. As aves agourentas não suportavam tal situação.
Numa das chuvas pesadas que caía sobre a cidade, um representante do prefeito ficou de plantão ao lado da Lagoa das Flores para ver como as águas se comportariam. O carro do jornal passou por lá várias vezes, queria fotografar vazamento da lagoa, povo carregando móveis, xingando o prefeito, mas não conseguiu, não houve desgraça.
O repórter do jornal, carrancudo, nervoso, passava de carro. E o representante do prefeito sorria pra ele, como a dizer:
- Se danou, não tem enchente!
No outro dia, não houve manchete, porque não houve enchente. O editor achou desgraça noutra cidade para pôr em letras garrafais.
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