Centro Cultural Ferroviário e Havan

Em breve, o prédio da antiga garagem de vagões, que posteriormente foi transformado em Centro Cultural, localizado na avenida dos Araçás, no centro de Araçatuba, deverá ser reformado pela iniciativa privada. A informação foi confirmada ontem pelo diretor-presidente do grupo Havan, Luciano Hang, durante apresentação do empreendimento à imprensa e autoridades locais, entre elas o prefeito de Araçatuba, Cido Sério (PT) e secretários municipais. Segundo Hang, a ideia que já está sendo colocada em prática é montar um projeto completo que irá abranger toda a parte de engenharia e revitalização do prédio. Este trabalho terá também o envolvimento da prefeitura local. JORNAL "O LIBERAL REGIONAL", 25/05/2012)

Hélio Consolaro*

 

O prédio da loja Havan, por sua grandiosidade, tem suscitado metáforas nesse blogueiro, comparações que extrapolam  o mundo físico. Ele fica ao lado do Centro Cultural Ferroviário, um prédio tombado pelo município e pelo estado, que era a grandeza de outrora na av.dos Araçás.

Havan - Loja de Araçatuba

 Os dois prédios, ironicamente postos lado a lado pelo acaso, é Araçatuba na linha do tempo, o presente e o passado. Não apelarei ao estereótipo, dizendo que é o atraso do passado com  a pujança do presente, mas são ícones de duas épocas.

Ao passar pela rua 15 de novembro, olhando por cima da antiga estação  ferroviária, eu avistava a cumeeira do isolado  Centro  Cultural  Ferroviário,  se  apresentando majestoso. Agora, perdeu sua autoestima, parece uma caixa de fósforo diante de  seu vizinho. Não será referencia para localizar mais nada. Tudo ficará perto da Havan.

O novo prédio materializa a ação política do prefeito  Cido Sério (PT) que soube colocar Araçatuba na esteira do progresso brasileiro. É difícil um município ir bem se o país vai mal, mas há municípios, devido à ineficácia de suas lideranças políticas, que perdem o compasso do todo,  não aproveitam as oportunidades. Araçatuba é um exemplo disso no seu passado. O eleitorado manifestou sua intuição ao votar no PT nas eleições municipais de 2008, fazendo uma linha sinergética com o governo federal.

A maioria do povo não foi ainda até as margens do rio Tietê para ver  as obras do estaleiro, mas materializa uma nova força surgindo quando vê o prédio da Havan. E isso será saboreado a partir de sua inauguração.   

A maioria do povo não foi ainda até as margens do rio Tietê para ver as obras do estaleiro, mas sente que a vida das pessoas melhorou, tornou-se mais digna, os trabalhadores já podem  escolher o melhor emprego.  

A maioria do povo não foi ainda até as margens do rio Tietê para ver as obras do estaleiro, mas percebe que Araçatuba é uma cidade acolhedora, está disponibilizando casas financiadas para quem  tem renda inferior a  três salários  mínimos. No passado, isso  era impossível.

Araçatuba se moderniza, se desenvolve, mas  que seja com  sustentabilidade,  principalmente na conservação de sua memória. Não queremos a volta ao passado, mas não desejamos esquecê-lo para não repeti-lo, para não ressuscitar antigas relações, quase escravocratas. Queremos uma Araçatuba em que o ser humano seja a medida de todas as medidas, como prega o prefeito Cido Sério.

O desejo da Havan em restaurar o Centro Cultural Ferroviário é uma demonstração de que é possível o moderno acolher o antigo, mas que isso não fique apenas no entusiasmo de inauguração, precisamos com urgência  ressuscitar os projetos existentes.  

O prefeito Cido Sério devolveu à cultura de Araçatuba o  teatro municipal Castro Alves, que ficou 20 anos fechado.  Com certeza, fará o  mesmo com  o Centro Cultural Ferroviário, interditado desde 2009.

Viva a  modernidade! Sem rejeição de  nosso passado.

*Hélio  Consolaro é  professor,  jornalista  e  escritor. Atualmente  é secretário municipal de  Cultura