AGENDA CULTURAL

11.7.12

Juiz vira a vedete do jogo


Hélio Consolaro* - jornal O LIBERAL, 14/7/2012

Em muitos jogos de futebol, o juiz chama mais a atenção do que os próprios jogadores dos dois times em contenda. Dizem os entendidos em futebol que juiz bom é aquele que põe ordem no jogo com discrição, sem gestos largos e distribuição farta de cartões.

Podemos fazer a metáfora com as eleições em Araçatuba. O juiz aparece mais que a disputa eleitoral. 

O magistrado faz o papel dele, impõe a disciplina, mas, como pai autoritário, a toda hora é exigido pelos filhos, que constantemente estão denunciando o outro:

- Pai, o Gugu me beliscou!

- Pai, a Paty desligou a televisão!


E assim distribui castigos para todos.  Iniciou com o castigo máximo, não houve gradação. No primeiro momento, o tucano Dilador Borges, por meio do PDT, fazia do judiciário um dos braços de ação do candidato da oposição tucana para denunciar a situação petista.

Os partidários de Cido Sério, cansados de multas, resolveram testar a imparcialidade do magistrado, e também faz denúncias por meio do PSDC. Assim, a disputa eleitoral se tornou uma briguinha de comadres com direito a juiz. Virou um denuncismo.

Há uma nova geração de magistrados brasileiros que encontrou a democracia pronta, não sabe quanto trabalho deu construí-la, quantas vidas foram consumidas.  Assim tratam candidatos como contraventores e acham que campanha eleitoral é subversão.

Há muito tempo escrevo que devíamos agradecer as pessoas que se dispõem a ser candidatas (por qualquer partido), porque elas sustentam a democracia, e campanha eleitoral é um direito da cidadania. Ser político é abandonar o jardim (a vida privada) e assumir a cidade (a vida pública), e a campanha se parece muito com o antigo trote estudantil, uma prova de fogo.

Há tecnocratas que gostam de prateleiras e armários organizadinhos, tudo etiquetado, por isso não gostam da suposta “bagunça” democrática, onde a diversidade se manifesta e todos os segmentos participam.

Qual é a solução? Quem é o culpado? A democracia se faz por uma construção coletiva. Arrumar culpados não resolve problemas, a solução está em todos nós.

É bem provável que o relato aqui feito faça parte dessa aprendizagem. Só devemos ter em mente que a democracia é o melhor regime político, nunca podemos colocá-la em risco, pois ela nos oferece um caminho seguro para as soluções de nossos problemas.

Democracia não é uma estratégia, ela é uma valor universal.        

Hélio Consolaro é professsor, jornalista, escritor. Atualmente é secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP


Coluna BASTIDORES, jornal O Liberal de 15/7/2012:
A ação segura da justiça eleitoral garante o equilíbrio na disputa, evitando distorções e abusos

A ação segura e serena da Justiça Eleitoral é certeza de que o pleito deve transcorrer em clima de harmonia e igualdade lentre os candidatos. Não existe eleição democrática quando não há igualdade para os candidatos em disputa. A igualdade deve começar exatamente no cumprimento à lei. Quando determinados candidatos agem rigorosamente dentro da lei e outros procuram de tod aformas burlá-la, há o desequilíbrio.Se a Justiça não age prontamente, estabelce-se a concordância desleal. O ideal seria que todos atuassem sdentro da norma legal, mais isso é utópico. Não se pode criticar a Justiça Eleitoral por agir para restabelecer a ordem, porque neste caso se faria a defesa do descumprimento da lei. Se a Justiça age é porque alguém não está agindo corrtamente. O ideal seria não precisar de tantos processos, pois significaria que todos estaam respeitando as normas. Antes de uma justiça ativa para manter a ordem do que a omissão.  

MAIS UMA EXPLICAÇÃO DESTE BLOGUEIRO
A Justiça Eleitoral em Araçatuba não convocou os partidos para uma reunião de orientação, como ação preventiva. Nem aplicou as multas gradualmente.  

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