Hélio
Consolaro*
Ganhar
um amigo é muito bom, não importa o quilate nem a coloração. Outro dia me
tornei amigo do capitão Adolfo Hecht, neto do segundo prefeito de Penápolis, e
fundador de Braúna. Nem nos conhecemos ainda pessoalmente, mas conversamos muito por telefone, porque ele é “veio”
rabugento, que rejeita internet. Não tem nem celular.
Parecíamos
velhos amigos. A intermediação foi feita por sua sobrinha Ivana Hecht, via
Facebook. Ele gosta de meus escritos no Blog do Consa, no Diário de Penápolis.
Escritor
gosta de trocar livros. Devo lhe mandar os meus em breve. Adolfo Hecht rejeita
o título de escritor, mas para quem publicou três livros, não escapa da
denominação. Ele se diz contador de histórias, escritas, então pode ser chamado
de escritor.
Com
os livros, veio uma longa carta datilografada (Remington, Olivetti?), composta
de três páginas. Lembrei-me de quando comecei a escrever em 1977 ao Jornal A
Comarca, de Araçatuba. Entregava as laudas na redação minhas crônicas assim.
Como
foi vereador de Penápolis por dois mandatos, neto de ex-prefeito, Adolfo
Avoglio Hecht (este é o seu nome completo) tem nas veias a história de Penápolis.
Não posso dizer que é sua cidade natal, porque o capitão nasceu em Glicério,
fazendo o ginásio no Colégio Salesiano de Araçatuba (1952-55). Mas em Penápolis,
fez o Normal e o curso de Letras na Funepe (1968-1970).
Seu
primeiro livro é “História de Penápolis – Apanhados de Memória e de Leitura” –
foi publicado em 2008, quando Penápolis comemorou 100 anos. Composto de 92
páginas, conta a história de Santa Cruz do Avanhandava, passando para Afonso
Pena e depois Penápolis.
O
segundo: “Penápolis na história de seus cidadãos com nomes em próprios públicos”,
2009. Por meio de nomes de ruas, escolas, como outros logradouros, o capitão
Adolfo Hecht relembra brevemente a biografia dos homenageados. Dos três
títulos, ele é o mais grosso: 236 páginas.
Assim,
ele vai afunilando a história do município, chegando ao terceiro livro: “Maria
Chica (Maria Francisca do Carmo) - o símbolo da mulher pioneira nos campos do Avanhandava”,
2011, que foi escrito em parceria com Ricardo Alves Carneiro. Maria Chica é o córrego
que corta Penápolis, que é chamada carinhosamente de “Terra de Maria Chica”. O
volume tem 78 páginas, traz também em ordem cronológica a história do
município, relação dos prefeitos e dos presidentes da Câmara Municipal.
Também
tenho um ex-aluno em Panorama, João Batista Marques, que se especializou em
escrever livros sobre a história do município. Graças a pessoas assim que a
história de nossas cidades permanece, e a memória dos antepassados não morre
diante das novas gerações.
Não
me importa se foi vereador pelo antigo PFL, nem se era militar do Exército
justamente durante a ditadura militar. Como ele mesmo diz, pertencia à
corporação, mas não praticou nenhum tipo de tortura. Águas passadas não tocam
moinho.
*Hélio
Consolaro é professor, jornalista, escritor. Atualmente é secretário municipal
de Cultura de Araçatuba-SP
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