Hélio
Consolaro*
A
22.ª Bienal Internacional do Livro acontecerá de 9 a 18 de agosto na cidade de
São Paulo. Sou de uma geração que ia ao evento para renovar a minha biblioteca,
buscar novidades. Tomar um banho de cultura.
Às
vezes, excursões eram organizadas nas cidades do interior. Os amantes da
leitura gastavam as economias do ano na bienal e voltavam felizes com as
sacolas cheias de livros que, talvez, nunca seriam lidos, porque uma biblioteca
doméstica nada mais é do que um projeto de leitura de seu dono. Nem sempre há
tempo para ler todo o seu acervo escolhido a dedo.
Acabei
de assinar um serviço da Vivo chamado “Nuvem de Livros” por R$4,00 mensais. É
só querer um livro, entrar no site http://www.nuvemdelivros.com.br/vivo,
digitar a senha e ter acesso a livros, museus, aulas em vídeo, etc. E o serviço
estará disponível também no iPhone (celular) e outros computadores móveis.
O
serviço oferecido pela Vivo não se trata de pirataria, porque o internauta não
pode baixar o livro. A obra fica disponível para ser acessada por 24 horas por
dias. E o conteúdo está em forma de livro mesmo, com capa, como se fosse de
papel. E viram-se as páginas, podendo aumentar o tamanho das letras, marcar,
etc. É um e-book on-line. Como se fosse um Dropbox, onde se colocam nossos
arquivos pessoais nas nuvens.
Se
eu quiser um livro de papel, à moda antiga, entro no site da Livraria Cultura,
escolho-o, pago por cartão, em três dias o livro estará na porta de minha casa.
E se for um livro de edição esgotada, entro nos sites dos sebos, navego por
ele, escolho-o. E numa semana, tenho-o na minha estante. Que fazer na bienal?
Assim
mesmo, vale a pena ir às festas literárias como Parati e Bienal do Livro de São
Paulo, porque se tornaram eventos a favor da leitura e da literatura, lá se
encontram os escritores vivos. Tais eventos são como uma exposição de gado do
interior, onde o marketing predomina, o glamour se faz presente. Em vez de
fazendas mostrando seus feitos genéticos, temos editoras divulgando seus novos
produtos ou serviços. Um grande shopping Center da literatura, da leitura.
Em
bienais e festas literárias, há tantos escritores disponíveis que eles deixam
de ser celebridades. Em Parati, 2011, de repente, eu estava conversando com o
Frei Beto num café.. Ouvia palestras de escritores estrangeiros com tradução
simultânea nos meus ouvidos, etc.
A
Bienal do Livro de São Paulo é uma grande festa, nela não há só livros.
Editoras evangélicas, espíritas, católicas estão lá disputando espaços. Uma oportunidade
para mostrar a alunos o mundo da leitura, que há um mercado, gente lucrando,
vendendo, cavando a vida com a pá da literatura.
*Hélio
Consolaro é professor, jornalista, escritor. Atualmente é secretário municipal
de Cultura – Araçatuba-SP
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