AGENDA CULTURAL

16.1.13

Duas figuras interessantes

Quando a cidade é pequena, a população conhece suas figuras ímpares, populares. Araçatuba não tem mais esse privilégio, cresceu. Já tivemos o Tati, o Santana, a Zica, o Zé do Berro. Agora tais figuras estão circunscritas a lugares mais restritos, como o garçom Paulo, da Cantina da Praça João Pessoa. Durante o dia, ele é vendedor das Casas Bahia, à noite é garçom, enquanto a esposa, a Gauchinha, é cozinheira.

Observe a camisa do garçom. É assim que recomenda os cursos do Sebrae: o garçom deve trabalhar zebrado. Pela pança, pelo jeito, até parece o dono do estabelecimento, um grande empresário. Só panca...
Quanto mais trabalha, mais a pança do Paulo cresce

Na Casa da Cultura Adelino Brandão, Araçatuba, há um baixinho, meio roliço, apelidado como Malulinho, referência ao ex-prefeito. Certamente seja arte do Bandeca, antigo ocupante de cargo de confiança, em homenagem ao chefe. 

Tentamos mudar para Cidinho, mas não pegou. Aos poucos está sendo chamado de Dênis, o seu nome.

Ele é um prestador de pequenos serviços a artistas, bandas. Ajuda a entregar panfletos de eventos culturais, fixa cartazes na cidade. Um biscateiro, ou seja, vive de biscates (serviços avulsos). Incentivei Dênis a se candidatar a rei momo em 2013, mas não houve jeito de convencê-lo. Seria pândego: rei momo baixinho. Malulinho é uma figura ímpar, bom sujeito, melhor do que ele, só dinheiro achado.

         
    Dênis, Malulinho, Cidinho. Mascote 
da Secretaria Municipal de Cultura

2 comentários:

Heitor Gomes disse...

Admiro o Paulo, durante o dia um competente vendedor das Casas Bahia e a noite garçom do café da praça. Fazer o que ele faz, tem que ser muito trabalhador e responsável. Parabéns!

Anônimo disse...

Hélio, sinceramente, cada vez mais você nos surpreende. Isto de observar os detalhes, esmiuçar os acontecidos e trazê-los à tona, revivendo uma época. Com o todo o seu jeito de manejar a pena vai no sentido de recuperar, ainda que em pequena dose, os valores humanos, em que entram a comunicação e a observação sistemática e perseverante dos fatos, da vida das pessoas, de como elas vivem. Do seu modo de ver e de viver,você dá a entender que precisamos dar nomes às pessoas, e que não sejam simplesmente mais uma na multidão.
Meu abraço. Gabriel, Bié.