Em
entrevista à Brasileiros, Guido Mantega afirma que a fase atual de
transformações dá sequência a uma primeira revolução, iniciada no
governo Lula e marcada pela retomada do crescimento e pela redução da
desigualdade. As condições estão dadas, segundo o ministro, para o
investimento deslanchar, apesar das sombras que pairam sobre a economia
internacional
O mercado de câmbio brasileiro estava mais tenso que de costume no dia
23 de novembro. A cotação do dólar passava de R$ 2,10, quando o Banco
Central fez um leilão de swap cambial
(o que equivale a vender a moeda
americana no mercado futuro) e inverteu a tendência de alta. Pela manhã,
o ministro da Fazenda, Guido Mantega, teria afirmado para uma plateia
de empresários que ainda não era o ideal. “Não falei que o câmbio ia
mais para cima”, salientou o ministro, horas mais tarde, durante a
entrevista concedida à Brasileiros, em seu gabinete na capital paulista.
“Mas isso já bastou para chutar a cotação para cima.” Em vez de
lamentar o episódio, Mantega ressaltou como os pronunciamentos das
autoridades do governo ganharam uma influência inédita sobre os
mercados. “Instrumento bom é aquele que não precisa nem usar”, comentou,
lembrando que as regras adotadas para coibir a especulação com o real
deixaram em estado de alerta os investidores. Essa maior sensibilidade
dos agentes econômicos é um dos trunfos da equipe econômica para deixar
no passado a época em que a alteração da taxa básica de juros era
praticamente a única ferramenta de política monetária. Superado esse
obstáculo, abre-se caminho para mudanças na condução da economia, que o
ministro comenta nas linhas a seguir.
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