Marília Viana Berzins 1
Elisabeth Frohlich Mercadante 2REVISTA DO SESC - A terceira idade - Estudos sobre o envelhecimento
Julho de 2012
Pessoas idosas são vítimas frequentes de violações aos direitos humanos fundamentais. A sociedade, que deveria proteger e respeitá-las,
cria mecanismos de discriminação etária e preconceitos a este importante e crescente segmento etário. Na sociedade atual, os velhos ainda carregam valores negativos revelados em várias manifestações estereotipadas e desabonadoras. Propagandas, músicas, histórias infantis e piadas são apenas alguns exemplos veiculados na vida coletiva que ressaltam
atitudes preconceituosas para com as pessoas idosas. essas manifesta-
ções não colaboram na construção de uma sociedade para todas as idades. Pelo contrário, elas segregam e reforçam atributos negativos
da velhice, afastando cada vez mais os sujeitos da vida social e ensinam aos mais novos o desejo de uma vida longa sem o fato de ficarem
velhos. Este artigo pretende refletir sobre a perversidade e a discriminação reveladas nas piadas que circulam e desabonam os mais velhos. Refletimos sobre o discurso subjetivo e discriminatório contido nas piadas e os preconceitos que elas apontam. A percepção sobre a velhice e o envelhecimento precisa ser transformada na vida social. Torna-se necessário reafirmar o compromisso de todos para um envelhecimento digno no Brasil, de tal forma que se assuma o compromisso de proteger e defender os direitos das pessoas mais velhas, reunindo esforços para erradicar todas as formas de discriminação e violência.
Palavras-chave: violência; autoimagem; direitos e cidadania; exclusão
social.
1 Marília Viana
Pública pela Faculdade
mberzins@superig.com.br
2 Doutora em ciências
doutora da Pontifícia
científica da Revista Kairós
1 Marília Viana
Berzins, Assistente
Social. especialista
em Gerontologia pela
Sociedade Brasileira de
Geriatria e Gerontologia
e Doutora em Saúde
Pública pela Faculdade
de Saúde Pública da USP.
mberzins@superig.com.br
2 Doutora em ciências
Sociais pela PUc SP.
Atualmente é professora
doutora da Pontifícia
Universidade católica
de São Paulo. editora
científica da Revista Kairós
Gerontologia.
A velhinha foi ao médico:
– Doutor, eu tenho problema com gases, mas realmente isso
não me aborrece muito. Eles nunca cheiram e sempre são
silenciosos.
– Eu vou lhe dar um exemplo: eu soltei gases 20 vezes,
pelo menos, desde que entrei no consultório. Aposto que você não sabia
que eu os estava
soltando porque eles não cheiram e são
silenciosos.
O médico apenas diz:
– Sei, sei... leve estas pílulas, tome 4 vezes ao dia e
volte a semana que vem.
Na semana seguinte, a senhora regressa:
– Doutor, eu não sei que inferno você me deu, mas agora meus gases, embora ainda silenciosos, fedem terrivelmente!
O médico diz:
– Bom sinal!!! Agora que curamos seu nariz, vamos cuidar
do seu ouvido!
Considerações iniciais
... É fácil crer no que crê a multidão (...)
Difícil é saber o que é diverso. Goethe
O humor não é o estado de espírito, mas uma visão do
mundo. Wittgenstein
O preconceito, expresso em diferentes formas de
discriminação, é uma realidade objetiva para mulheres e homens idosos.
condições socioeconômicas,
idade e muitos outros itens compõem a agenda de questões que, historicamente, estão no alvo da intolerância, da não aceitação da diferença e da exclusão da vida social dos sujeitos maiores de 60 anos.
idade e muitos outros itens compõem a agenda de questões que, historicamente, estão no alvo da intolerância, da não aceitação da diferença e da exclusão da vida social dos sujeitos maiores de 60 anos.
É na vida cotidiana que se materializam as mais diversas
expressões de discriminação, preconceitos e estereótipos para com as
pessoas que compõem a população idosa brasileira.
Frequentemente, pessoas idosas são vítimas de rituais de
agressões expressas em diversas manifestações no cenário social. A
forma como os idosos são tratados pela sociedade reflete
os mitos e
os estereótipos sobre a velhice e os velhos. Apesar do aumento do número
de pessoas idosas na população revelado no censo 2010 (21 milhões de
pessoas), um contingente significativo da sociedade associa à
velhice atributos negativos: os idosos são feios, doentes, infelizes,
ranzinzas, improdutivos, são seres assexuados, solitários, conservadores e
improdutivos. Todos desejam viver muito, mas não querem ficar velhos. Para
Menezes (2010, p. 31), a velhice não representa uma etapa da vida sem rosto, sem autonomia, sem capacidade e também não é vazia.
Precisamos reunir esforços para lutar contra o preconceito e contra a generalização da velhice e incentivar práticas que
respeitem e valorizem as diferenças da coletividade.
A discriminação etária é uma violação aos direitos
humanos, assim como os estereótipos associados à velhice. entretanto, é na
prática cotidiana que o conjunto simbólico explicita os significados, sejam
eles desabonadores ou não. Os idosos são apontados como caricaturas, uma generalização que não evidencia situações específicas, diferenciadas dos vários
modos de viver a vida. Ao contrário, as pessoas mais velhas são homogeneizadas num único jeito de ser e viver –
estereotipado – da velhice.
O pensamento generalizador sobre a velhice fundamenta-se em uma construção cultural do pensamento e também da
ação – atitudes –, que são produzidos e reproduzidos em uma classificação
dicotômica em que, de um lado, são colocados os idosos com suas
qualidades, atributos presentes no corpo e no pensamento; de outro
lado, os jovens
apresentando também – de forma generalizada,
homogeneizada – no corpo e no pensamento qualidades contrárias às presentes nos
idosos.
A velhice é uma construção social e cultural fundamentada
na classificação etária. Se assim consideramos, será importante levar em conta novas classificações que gerem novas formas de pensar,
sentir e atuar culturalmente, para que a visão estereotipada,
fundamentada em generalizações, naturalização e caricaturas sobre a velhice e
também sobre os outros segmentos, seja modificada. Trata-se de um processo
contínuo que poderá levar muito tempo e dependerá da história, das
relações sociais, dos desejos e principalmente da conscientização da
sociedade sobre o envelhecer, o envelhecimento e a velhice.
Na sociedade atual, os velhos ainda carregam valores negativos revelados em várias manifestações estereotipadas e
desabonadoras aos mais velhos. Propagandas, músicas, histórias infantis e
piadas são apenas alguns exemplos veiculados na vida coletiva que ressaltam
atitudes preconceituosas para com as pessoas idosas. essas
manifestações não colaboram na construção de uma sociedade para todas as
idades. Pelo contrário, elas segregam e reforçam atributos negativos
da velhice, afastando cada vez mais os sujeitos da vida social, e ensinam aos mais novos o desejo de uma vida longa sem ficarem velhos.
Mediante essas considerações, pretendemos refletir sobre o discurso subjetivo e discriminatório contido nas piadas
que circulam na vida social a respeito de pessoas idosas,
nelas identificados como “velhinho” ou “velhinha”, e os
preconceitos que elas apontam. Não é o propósito do artigo estudar os aspectos linguísticos e discursivos das piadas – como
são
construídas –, uma vez que a análise linguística de
piadas tem por finalidade explicitar como funcionam, como, por
exemplo, por qual ou quais elementos linguísticos se torna
engraçado algo que dito de outra forma não teria graça.
Também não é nosso interesse censurar ou acabar com o humor. O nosso objetivo é chamar a atenção para uma visão da pessoa idosa como segmento desviante, sinônimo de
doente ou pouco produtivo, revelada nas piadas. É um humor que ressalta
características fortes, negativas, desrespeitosas. As piadas são
elementos fundamentais cujo pensamento preconceituoso e discriminatório aparece
livremente
nos vários espaços da vida cotidiana, protegido pelo
senso de humor que lhe dá uma leveza, graça, amenizando e reforçando os
preconceitos.
Desenvolvimento – o sentido das piadas
Segundo o Dicionário Houaiss, piadas ou anedotas são
ditos ou alusões engraçadas cuja história curta apresenta um final
surpreendente, e às vezes picante ou obsceno, contadas para provocar risos ou
gargalhadas. Elas trazem discursos com representações grosseiras e
estereotipadas, e caracterizam-se como um recurso humorístico utilizado
na comédia e também na vida cotidiana.
As piadas tratam de temas que são socialmente
controversos e com valores arraigados. Vários temas das piadas são
recorrentes, como: sexo, política, racismo, alcoolismo, casamento,
homossexualismo, etc. As piadas veiculam estereótipos. exemplificando: nas
piadas de português e de loiras, o atributo negativo veiculado
nessas piadas é que todo português e toda loira são “burros”, idiotas ou
desprovidos de inteligência.
Segundo Folkis (2004, p. 26), as piadas veiculam um
discurso proibido, subterrâneo, não oficial, que não se manifestaria, talvez,
de outras formas. É o discurso politicamente incorreto. De maneira
geral, as piadas veiculam discursos não explicitados correntemente, isto
é, discursos pouco oficiais (Folkis, 2004, p. 8).
O entendimento da piada depende diretamente do
conhecimento prévio do ouvinte ou do leitor sobre o assunto. Para que
a piada seja compreendida, é necessário que o receptor (quem ouve) já
tenha o discurso ou a apreensão simbólica da cultura dominante de que, por
exemplo, os idosos são impotentes, desmemoriados ou outras características negativas. caso contrário, a piada não fará sentido e não
cumprirá a função a que se destina, fazer o receptor rir, achar graça e
entender a piada. Portanto, uma piada será considerada com êxito e de
sucesso quando produzir humor no receptor.
De uma maneira
geral, as piadas não identificam seus autores. elas são contadas e repetidas nonimamente. elas circulam sem
a necessidade de apresentar o seu autor. Ninguém sabe quem é o autor
daquela piada
que é contada nos cenários sociais. Ninguém é “dono” de
uma piada. Para que as piadas possam continuar a existir elas
necessariamente não podem ter um autor:
Ser autor de discurso implica a responsabilidade pelo que
se disse. As piadas são anunciadas anonimamente: “sabe da última que
ouvi?” ou “você sabe aquela piada do português que...”. Se não há
autor, não há quem responsabilizar pela circulação de um discurso
eventualmente proibido ou desrespeitoso: não há julgamento moral sobre
quem conta piadas. então, circulam piadas que falam de preconceitos
raciais, da “burrice” dos portugueses e das loiras, de homossexuais,
de “velhinhos”
(Folkis, 2004, p. 12).
Qualquer discurso humorístico, na qualidade de discurso,
nasce em um contexto histórico-social que o justifica e o
qualifica. certamente que ninguém é condenado por contar piadas racistas, sexistas,
homofóbicas ou qualquer outra que revele preconceitos, tampouco são
condenadas as pessoas que riem e acham engraçadas as piadas. Mas os
preconceitos e as discriminações veiculam-se em forma de piadas. O discurso
politicamente proibido pode ser pronunciado, uma vez que ele não é
levado a sério, pois aparece sob forma de “brincadeira”. Aí é que julgamos que
mora o perigo.
As piadas analisadas neste artigo foram selecionadas do
site www.orapois.com, que reúne um conjunto extenso de piadas.
As piadas em forma de texto estão classificadas em 32 temas. Assim, podemos encontrar no site, de acordo com a classificação adotada, por exemplo: piadas de argentinos, bêbados,
bichas, cornos, gagos, loiras, loucos, papagaios, sogras,
português, japonês, judeus/turcos, mineiros, gaúchos, caipiras, etc.
É necessário ao internauta apenas selecionar o tema que
deseja e escolher a piada que deseja ler. O site oferece ainda
outras opções para diversão dos internautas. As outras opções
são temáticas na seguinte ordem: “Destaques”, “Imagens”, “Multimídia”, “Jogos” e “Outros”.
No subtema “idosos” são registradas 313 piadas de texto. Para efeito comparativo, no subtema "português” há 950
piadas e é o tema preferido, ocupando o primeiro lugar de piadas. em seguida, vêm as piadas subtemáticas de “Joãozinho”,
com 793, e posteriormente estão as piadas de “loiras”, que
reúnem 546 anedotas. Todas elas recebem títulos bem sugestivos
ao conteúdo e estereótipo que cada piada ressalta, sugerindo
assim que a nomeação das piadas é um elemento importante na
construção destas.
Alguns exemplos encontrados nos títulos das piadas: “casa
de velhinhos”; “Velhinho de 80 anos”; “Duas velhinhas numa cidadezinha”;
“Velhinho tarado”; “No quarto do asilo”. O conjunto de títulos é
importante por ser revelador dos preconceitos para com os idosos como,
por exemplo, a infantilização (velhinho) ou o lugar adequado que os
idosos deveriam ocupar (asilo) e talvez reprimir a sexualidade na velhice
(tarado).
As piadas que têm as pessoas idosas como atores estão
predominantemente relacionadas aos estereótipos corporais decadentes associados à doença e à incapacidade. Assim sendo, a sexualidade
(principalmente masculina) está fortemente presente no conteúdo das
piadas. Outros dois estereótipos predominantes são a ausência da memória
associada à demência.
As piadas são contadas nos mais diversos “salões” da vida
social. Esclarecemos que as piadas selecionadas neste artigo para
ilustrar o preconceito estão redigidas e nomeadas da mesma forma que estão no
site de origem. Não incluímos algumas piadas por considerá-las
inadequadas no presente texto e poderiam causar constrangimentos aos
leitores. entretanto, a maioria das “piadas de idosos” é vexatória e obscena. O
nosso propósito neste artigo é contribuir, no campo da
gerontologia, para uma reflexão sobre a linguagem preconceituosa e
discriminatória das piadas de “mau gosto” sobre pessoas idosas. Acreditamos que não
existem piadas “de bom gosto” em contraponto ao tema do nosso artigo. Uma piada só terá graça se desqualificar o sujeito que nela está
referido. O objetivo é fazer o receptor rir da desqualificação do outro. A
piada que está registrada no início deste capítulo é um exemplo. A personagem
“velhinha”, além de soltar gases, também tem problemas de olfato e
ouvido. A graça
da piada está no fato de ela ter o comprometimento dos
seus sentidos. A piada abaixo reforça as limitações dos sentidos:
A velha surda
A velhinha fazia tricô na antessala do médico quando a
recepcionista a adverte:
– Hoje não é dia de consultas!
A velhinha continua fazendo o seu tricô. A recepcionista
imagina que
ela deveria ser surda e mostra-lhe a mensagem escrita num
pedaço
de papel.
E a velhinha:
– Por favor, leia pra mim, minha filha! Estou sem óculos
Classificamos as piadas em três temas que reforçam os
mitos e preconceitos a respeito da velhice:
Dores do corpo
Dependência física, múltiplas doenças, problemas de
audição, dores pelo corpo e outras limitações estão presentes nas
piadas. Sob a “capa” da brincadeira, as piadas burlam a interdição dos
discursos não autorizados e transgridem ao circular na vida social as
discriminações para com os mais velhos. As piadas podem dizer o que se pensa
sem sofrer as penalidades sociais e até mesmo jurídicas.
Listinha
A velhinha com mais de 80 anos, mas toda elétrica, entra
na farmácia.
– Vocês têm analgésicos?
– Temos sim, senhora.
– Vocês têm remédio contra reumatismo?
– Temos sim, senhora.
– Vocês têm Viagra?
– Temos sim, senhora.
– Vocês têm remédio para o coração?
– Temos sim, senhora.
– Vocês têm pomada antirrugas?
– Temos sim, senhora.
– Vocês têm gel para hemorroidas?
– Temos sim, senhora.
– Vocês têm bicarbonato?
– Temos sim, senhora.
– Vocês têm antidepressivos?
– Temos sim, senhora.
– Vocês têm soníferos?
– Temos sim, senhora.
– Vocês têm remédio para a memória?
– Temos sim, senhora.
– Vocês têm fraldas para adultos?
– Temos sim, senhooooora.
– Vocês têm...
– Minha senhora, aqui é uma farmácia, nós temos isso
tudo. Qual é o seu problema?
– É que vou casar no fim do mês. Meu noivo tem 85 anos e
nós gostaríamos de saber se podemos deixar nossa Lista de
Casamento aqui com vocês...
A piada acima apresenta a velhice caricaturada com todos
os problemas de saúde. A lista de presentes do casal idoso está disponível na farmácia. O que a piada aponta não é o casamento dos
idosos, mas sim a lista de presentes que os velhos devem ganhar dos convidados. Aí esta a graça. Pessoas idosas, ao chegar aos 80 e 85, só
poderão precisar de medicamentos e insumos presentes na farmácia.
O pensamento homogeneizado de lugar social da velhice é o
asilo, conforme a piada abaixo assinala. O próprio marido
oferece à esposa a ida ao asilo. Reforça-se também a questão de gênero.
Lugar de velho, e principalmente da mulher, é no asilo, negando aos
sujeitos maiores de 60 anos o direito de viver na vida social.
Por favor, senhor...
– Por favor, senhor, poderia contribuir com alguma coisa
para o
Asilo das Velhas?
– Claro que posso! Espere só um momento, que vou buscar
minha
mulher!
Memória
As piadas sobre pessoas idosas revelam que estas têm
problemas de
memória e por isso são esquecidas e confusas. Os valores
e atributos negativos do esquecimento são predominantes nas piadas sobre a
velhice.
Memória afiada
O velhinho se gabando para a netinha fala:
– Olha, menina, eu tenho 89 anos e não tenho problema de
memória. Meu segredo é que eu sempre associo nomes a
fatos do
dia a dia; por exemplo, pra lembrar seu nome, eu me
lembro da famosa jogadora de vôlei e pronto, seu nome é Paula.
A netinha logo responde:
– Vovôôô, a famosa jogadora é de basquete e meu nome é
Hortência.
Uma velhinha de uns 70 anos. . .
Uma velhinha de uns 70 anos estava sentada no banco da
praça, chorando copiosamente. Um sujeito que passava pelo local
se comoveu com a cena e perguntou:
– Minha senhora! Qual o motivo de tanto choro?
– Tenho um namorado de 22 anos em casa! - Respondeu ela
aos prantos. – Ele faz amor comigo todas as manhãs, depois me
traz café na cama: cereais, ovos mexidos, frutas. . .
– Mas por que a senhora está chorando?
– Ele também faz a minha sopa preferida, os meus bolinhos preferidos. . . Faz amor comigo a tarde toda. . .
– Mas. . . por que o choro, minha senhora?
– No jantar ele me faz uma comida deliciosa com um vinho excelente e uma torta deliciosa de sobremesa e depois faz
amor comigo até de madrugada!
– Então me diga! - Gritou o sujeito, aflito. – Por que
cargas d’água a senhora está chorando?
Então a velhinha olhou para ele e disse:
– É que eu não consigo lembrar onde moro!
Sexualidade
Há uma crença que associa o envelhecimento a declínio e
ausência do desejo sexual. Piadas de sexo entre os idosos são as
preferidas. As cores, as expressões, os personagens são cruéis e na sua
grande maioria recheados de vulgaridade e obscenidade. Nas piadas, os
velhos são impotentes ou são tarados.
Velhinho tarado
Um senhor chega à farmácia e, enquanto esperava para ser atendido, ouviu uma moça dizer:
– Por favor, me dê um mamex!
O velhinho ficou intrigado e perguntou:
– O que é mamex?
O farmacêutico respondeu:
– É um remédio para endurecer os seios.
E o velhinho sussurra:
– Ah! Então o senhor me dê um pintex, por favor!
Aposentadoria
Quando apresentei minha documentação para a merecida aposentadoria do INSS a atendente pediu a carteira de
identidade pra confirmar minha idade. . .
Procurei e percebi que esquecera o documento em casa.
– Vou até lá buscar e volto em seguida.
A mulher me disse:
– Desabotoe a camisa.
Abro a camisa meio sem jeito e revelo meu tórax cheio de
cabelos grisalhos e ela comenta:
– Esse cabelo prateado é prova bastante para mim, e
processa o protocolo, recebendo a documentação.
Quando chego em casa e conto pra minha veia sobre a
experiência no guichê do INSS, ela me disse:
– Você devia ter baixado as calças. Ia conseguir uma
aposentadoria por invalidez!
Considerações finais
A percepção sobre a velhice e o envelhecimento precisa
ser transformada na vida social. Torna-se necessário reafirmar o compromisso de todos para um envelhecimento digno no Brasil, de tal
forma que se assuma o compromisso de proteger e defender os direitos das
pessoas mais velhas, reunindo esforços para erradicar todas as formas
de discriminação e violência. É preciso reconhecer que as pessoas idosas
são sujeitos de direito pleno e que as atitudes antienvelhecimento devem
ser afastadas da vida social. esperamos que as considerações e o
conteúdo do presente texto possam contribuir para uma nova atitude geradora de
ressignificações sobre a velhice e o envelhecimento.
Referências bibliográficas
FOLKIS, G. M. B. Análise do discurso humorístico: as
relações marido e mulher nas piadas de casamento. 2004. Tese (Doutorado em Linguística) –
Universidade estadual de Campinas, Campinas, 2004.
GEERTZ, cliford. A interpretação das culturas. Rio de
Janeiro: Zahar, 1998.
TÓTORA, S. Ética da vida e envelhecimento. In: CÔRTE, B.;
MERCADANTE, E. F.; GAETA, I. G.
(Orgs.). Envelhecimento e velhice: um guia para a vida.
São Paulo: Vetor, 2006.
SITES CONSULTADOS
Orapois.com.
Disponível em: www.orapois.com. Acesso em: 17 maio 2012.
Um comentário:
Isso aconteceu comigo!
Depois de tanto ouvir a propaganda do viagra, fui sincero com minha mulher. "V ou ali na farmácia". "Fazer o quê?" - pergunta ela. 'Vou comprar viagra". "Espera que também vou", interveio. "Vai comprar o quê?" - perguntei rápido. "Tomar vacina contra tétano". "Como, você se machucou, se feriu?". "Não. Vamos que esse seu negócio aí, que já está enferrujado..."
Gabriel. Bié. Campinas. 81. Coitado...
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