AGENDA CULTURAL

1.3.13

Que tsunami, Tsuda!

Hélio Consolaro*
 
Meus ouvidos saíram ardendo do teatro municipal Castro Alves na quinta-feira, 28/2/2013. Realmente, não estou preparado para o experimentalismo musical levado às últimas consequências. Eram 07 músicos, inclusive o araçatubense, nosso orgulho, Guilherme Held, ocupando agressivamente nossos ouvidos.

Eram tantas máquinas no palco que assustava qualquer poeta futurista do início do século 20. O heterônimo de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos, teria dito: "Não era para exagerar!" 
Guilherme Held, araçatubense que compôs a banda de Dudu Tsuda

Minha Japa não gostou muito do Japa do palco. E quando vi Massato Ito na plateia, pensei: "Devem ser parentes", pois são dois malucos. E lá também estava o japa Mário, companheiro da cantora Sueli Rodrigues.

A Helena, minha Japa, tem o costume de dormir nalguns espetáculos. Lá pelo meio do show, dei uma olhada em sua poltrona, encontrei-a de olhos estatelados. E por brincadeira, disse-lhe:

- Se dormir, vou levá-la para o hospital!

Um poeta perdido entre máquinas
 Apesar de ser um intelectual, falar várias línguas, ter vivido no exterior, Dudu Tsuda é um sujeito legal, simpático, sem empáfia, e não fala mal do Brasil, diz sempre: "Aqui é melhor".

Toda essa irreverência é para brincar com a situação de impacto, mas foi muito bom receber Dudu Tsuda. Um privilégio Araçatuba ser contemplada com o primeiro espetáculo do artista e sua banda após a sua volta de Paris. Obrigado ao Sesc pela oportunidade.  

*Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP  

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