AGENDA CULTURAL

3.3.13

Voyeur capiau


Hélio Consolaro*

Caro leitor, de perto, não somos normais. Todos temos algum desvio, um defeito de fábrica. Vou contar um fato interessante ocorrido em Araçatuba, mas seja condescendente, não atire pedras, não seja falso moralista de apenas observar rabos alheios, se esquecendo do próprio.

Um morador de Clementina-SP, veio até Araçatuba, para praticar voyeurismo. Não conhece a palavra, caro leitor?

No sentido aplicado a este texto, é a “forma de curiosidade mórbida com relação ao que é privativo, privado ou íntimo”. Se segue o BBB na TV Globo, você é voyeur. Quem espia pelo buraco da fechadura também. Para usar uma linguagem mais clara, quem faz isso é tarado ou tarada.

Veja a notícia completa: “Um homem de 41 anos, morador de Clementina, foi detido na manhã de 23/2/2012, após ser flagrado filmando mulheres trocando de roupa no provador de uma loja no centro de Araçatuba. Com ele foi apreendido um notebook, três canetas com microcâmeras  e  aparelho celular” (Folha da Região de 24/2/2013).
  
A mulher percebeu o cara do provador ao lado enfiando caneta por baixo da parede, gritou. O espião saiu correndo. Seguranças gritavam “pega tarado”, “pega tarado”. A polícia ajudou. Então, encontraram todo o equipamento no carro do voyeur.

O mesmo cara tinha a mania de fixar microcâmeras na ponta do sapato para ver se a mulher com saia estava usando calcinha, gostava de saber a cor da peça íntima. Nos tempos idos, a rapazeadinha deixava o sapato bem lustroso para ver a calcinha da professora gostosona espelhada na ponta do calçado, mas eram meninos...

Tanto os rapazotes como o marmanjo de 41 anos são homens virgens à busca de imagens que alimentem futuros atos masturbatórios. Não há outra explicação. 

Imagino que o sujeito de Clementina chegava em casa, se fechava no quarto, projetava as imagens e praticava a famosa briga injusta de cinco contra um.

Um dia, certamente, ele vai encontrar uma mulher corajosa que pegará o clementinense no flagra. Vai segurá-lo  pelo colarinho, tirar a calcinha, esfregá-la na cara dele e mandar filmá-la desnuda por baixo. E completará:

- À noite, quero uma homenagem bem feita, seu cabaço!

Perdoe-me, caro leitor, pela linguagem grosseira, mas é impossível fazer uma crônica terna com tema tão íngreme. Até compreendo a tara dele. 

O sujeito precisa procurar mulheres que fazem caridade no campo sexual aos tímidos, professoras do sexo, que ministram aulas práticas, é um ramo novo das terapias. Explicando-lhe aquilo que lhe sonegaram: sexo é uma coisa bem normal, não é tabu, é a parte mais sagrada de nosso corpo.      

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP

2 comentários:

jhamiltonbrito.blogspot.com disse...

Voyerismo é coisa de bicha. Homem que é homem, buraqueia. kkkk

Heitor Gomes disse...

Voyeurismos são praticados por aqueles que tiveram suprimidos a pratica de seus instintos. As pessoas tem o habito de dizer que a beleza feminina não está no nu, e sim na sensualidade da roupas intimas. A minha atração por uma mulher é vê-la completamente nua. Não tenho fantasia por roupas, ambientes, musicas ou climas, somente pelo corpo nu em pelo ou raspado. Acredito que a maioria tem o mesmo gosto meu, por isso as revistas masculinas são recordes de vendas. Abraços!