AGENDA CULTURAL

10.8.14

Parece uma denúncia, mas é um anúncio

Você leu no jornal impresso ou no site da Folha da Região, ou lerá neste blog, logo abaixo, um anúncio com cara de denúncia. Por algum curto-circuito administrativo, a denúncia foi gerada, mas ela faz um grande anúncio à população: a merenda escolar fornecida pelo município às crianças é feita (ou in natura, como as frutas) com produtos colhidos em Araçatuba, produzidos por pequenos agricultores. Nossas crianças não ingerem mais comidas enlatadas, como ocorria em administrações anteriores. Só aconteceu porque o prefeito Cido Sério (PT) tem uma política de valorizar aquilo que é produzido no município, da cultura à agricultura.  

Por dívida, agricultores ameaçam parar fornecimento

Folha da Região, 9/8/2014

Integrantes da Associação dos Produtores Rurais da Pratinha, de Araçatuba, ameaçam interromper o fornecimento de alimentos utilizados nas 60 escolas da rede municipal de ensino. De acordo com membros da entidade, a Prefeitura deve a eles cerca de R$ 40 mil, referentes a alimentos entregues desde maio. Os atrasos nos pagamentos, dizem os produtores, acontecem sistematicamente desde o final do ano passado.

  Desde novembro de 2011, o município compra da associação produtos como ovos, alface, acelga e diversas folhagens. Além das verduras, são adquiridas leguminosas e frutas, como banana e mamão. Atualmente, são entregues entre 1,5 e 2 toneladas desses alimentos por semana. 

Hoje, apenas 12 agricultores participam do fornecimento. O número de associados já foi maior, mas os atrasos têm feito alguns deixarem o grupo.

PROGRAMA
  O convênio, assinado há quase três anos, segue as diretrizes do programa Dinheiro Direto na Escola, que prevê que parte do recurso federal destinado à merenda escolar também seja empregado para a compra de alimentos da agricultura familiar, dando às crianças a garantia de uma alimentação saudável e de qualidade. O transporte dos produtos agrícolas até o centro de distribuição, localizado na zona urbana, também fica por conta dos agricultores.

Integrante da associação, José Clair Menani, 49, lamenta a dificuldade que está tendo para pagar seus credores. Ele conta que, para produzir, tem gastos com adubo, irrigação e fornecedores de semente, por exemplo. "Estou há quatro meses sem receber. Desse jeito, vou acabar quebrando. Minhas economias já estão acabando. Meu sítio é pequeno e não tenho como me virar. Vou ter que vender para quem estiver disposto a pagar", ameaça. 

OUTRO LADO
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou que a Associação dos Produtores Rurais da Pratinha não é o único fornecedor para a merenda escolar e que, caso a entidade pare de entregar os produtos agrícolas, podem ser adquiridos de outros produtores. 

Sobre os atrasos, o município afirma que a empresa responsável por preparar a merenda, que deveria repassar os valores, "alega que alguns pagamentos estão sendo realizados nesta data (sexta-feira) e que em breve a situação estará toda normalizada"

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