Foto: Rafaela Viol Morita |
Certo dia, o amigo Luiz Eduardo Mitidiero, pelo bate-papo do Facebook, me disse:
- Já que a Secretaria Municipal de Cultura restaurou a estátua da Vitória Alada da Samotrácia, que tal repôr a placa?
Michelle Rossi, jornalista, filha de Luciano Rossi, mora no Rio de Janeiro |
Milene Rossi, Mimi Rossi, filha de Luciana, moradora de Nova Orleans - EUA |
BIOGRAFIA DE LUCIANO ROSSI
Nascido em 20 de outubro de 1950 em Amparo (SP), Luciano
Rossi iniciou seus estudos em ciências ainda adolescente quando foi seminarista
em sua cidade natal. Uma biblioteca vasta e muito tempo disponível para leitura
foi a combinação que o introduziu às teorias clássicas, de vanguarda e
consequentemente aos questionamentos acerca das coisas que passaram a ser rotina
em sua vida e o impulsionaram a criar projetos para resolver alguns enigmas da
ciência.
Depois do seminário, mudou-se para São Paulo a fim de
ingressar em uma universidade. Cursou Economia na Universidade Mackenzie na
capital paulista, mas não concluiu o curso. Casado com Maria Lúcia Rigamonti
Rossi e com duas filhas, Michelle e Milene Rossi, Luciano gerenciou por vários
anos os bancos Itaú e também ocupou cargos de gerência, mas em períodos menores
nos Bancos Sudameris e Unibanco.
Paralelamente à criação das filhas, do casamento e das
atividades no banco, ele desenvolvia seus projetos e assim patenteou na década
de 1980 uma tecnologia em motores que utilizava ar comprimido como combustível
(Instituto Nacional de Propriedade Industrial, número 7800431).
Sem conseguir apoio para comercializar a invenção, passou a
investir em novos projetos; dentre eles, um programa de computador em
inteligência artificial o que lhe atraiu a ingressar mais uma vez no universo
acadêmico. Foi em Araçatuba (SP), cidade onde se estabeleceu na década de 1990,
que Luciano concluiu o curso em Análise de Sistemas na Universidade Paulista
(Unip) em 1997 aos 47 anos.
Teorizou sobre inteligência artificial utilizando não
somente os códigos de softwares mas baseado em conceitos de ciências como
filosofia, lógica e linguística. Com o projeto, ingressou no mestrado no
Departamento de Computação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) em
1998 onde passou um ano cumprindo disciplinas, mas optou por lançar-se à sorte
nos Estados Unidos, seguindo recomendações de orientadores que imaginavam mais
oportunidades naquele país para sua área de pesquisa à época.
Com uma vontade dilacerante em concretizar seus sonhos,
fixou residência em New Orleans, no estado da Louisiana, onde morou por 10
anos. No entanto, a burocracia de imigração o impediu de avançar em seus
estudos. Várias cartas foram enviadas a universidade brasileiras e
estadunidenses, bem como institutos de pesquisa da área de informática sem
obter êxito.
Ele pensava em um programa inteligente que atendesse às
necessidades espontâneas da sociedade moderna, incluindo vários bancos de dados
como um sistema integrado mundialmente com informações sobre
pessoas desaparecidas, o que ajudaria a encontrá-las. Desenvolveu softwares e
acumulou mais de 3 mil páginas com conceitos e simuladores do programa em
inteligência artificial.
De volta ao Brasil, em 2008, já acometido por um câncer de
pulmão – doença que lhe tiraria a vida no ano seguinte, estabeleceu-se em Campo
Grande (MS). Em meio às fortes dores que sentia por conta da enfermidade ainda
teve motivação para se apresentar à equipe do BATLAB – Laboratório de Pesquisa e
Desenvolvimento da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e
continuar a desenvolver seus inventos. Acolhido com generosidade e respeito,
Luciano passou seus últimos dias frequentando o laboratório que, sem dúvida,
lhe trouxe o último sopro de vida.
Sempre municiado com um caderno e um lápis que carregava por
onde ele andasse, Luciano pensou em várias iniciativas para deixar o mundo um
pouco melhor, como um projeto de construção civil com sistema de encaixe para
que democratizar o acesso à habitação. Altruísta, resumia seus projetos da
seguinte forma; segundo suas próprias palavras: "Tenho muita fé. Apesar de
tudo parecer tão impossível eu vou realizar tudo o que eu quero e preciso. Não é só para o meu bem, mas para o bem de todos de toda humanidade. É isso o que
me mantém vivo".
Ainda em seu currículo está o livro "Pensamentos sem
fronteiras" lançado em 1996 (Edição do Autor) onde escreveu ensaios sobre
tecnologias, política, economia, astronomia e sociedade. Na obra, chega a
representar vontade e consciência humanas, o universo, a capacidade de criação
– entre outros, em plano cartesiano, utilizando-se de gráficos.
Escreveu vários artigos para jornais no interior do estado
de São Paulo, quando morava em Araçatuba (SP) e durante sua estada em New
Orleans, um romance que depois transformou em roteiro para cinema, chamado
"Love in New Orleans".
Inquietante e apaixonado pela criação, também investiu nas
artes plásticas e dentre suas obras expostas publicamente está uma réplica da
escultura grega "Vitória de Samotrácia", no jardim da Biblioteca
Municipal de Araçatuba (SP) que expressa o ímpeto de liberdade. Feita em
tamanho real – aproximadamente 2 metros de altura, foi erguida com uma armação
de ferro e esculpida por ele com cimento na década 1990 para ser doada ao
município e atrair a atenção para a arte. A obra original é datada de 200 a.C e
atualmente.está no Museu do Louvre, em Paris (França). Também pintou telas em
acrílico e óleo que hoje pertencem à família.
Luciano Rossi faleceu em Campo Grande no dia 11 de junho de
2009, aos 59 anos, deixando aos que o conheceram a mensagem de que a ciência e
as artes devem ser usadas como mecanismo de expressão, mas principalmente em
benefício do próximo.
LER TAMBÉM:
Fotos registradas por Margareth Martins, em Paris, da entrada do Museu do Louvre, dezembro de 2014.
2 comentários:
Enquanto lia esta página, parecia desfilar diante de minha visão aquele alguém que não se desanima ante as dificuldades que a todo instante surgem no seu cotidiano. E penso naqueles que fazem de tudo para destruir, aqueles com o olhar fixo na conquista a qualquer preço, não lhes importando quantos serão sacrificados. Ainda bem que o nosso incansável Consolaro está aí para nos mostrar que ainda existe quem acredita no progresso pacífico da humanidade, um consolo e uma esperança para as pessoas de bom senso e amantes da PAZ. Gabriel, Bié.
Realmente meu irmao Luciano Rossi sempre foi muito dedicado aos estudos tinha muita criatividade talento e sabedoria nas suas criacoes sempre atento a desenvolvero que pudesse fazer para um mundo melhor muito sabio mesmo pena essa terrivel doenca ter consumido a sua existencia tao cedo e interrompendo tantos projetos que ele tinha para para um mundo melhor perdemos um grande artista um sabio nas suas teorias foi uma grande perda que ate hoje nao consigo acreditar dono de um espirito tao alegre sempre rindo e tao calmo esta fazendo muita falta tinha tanto a realizar mas deixou alem dos projetos uma familua linda duas filhas e agora seu netinho que adoraria estar com vovo querido bjos sua irma Maria Jose Rossi
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