AGENDA CULTURAL

18.5.15

Empresta-se uma tulha

Hélio Consolaro*

No dia 8 de maio de 2015, sexta-feira, tivemos a inauguração de um novo equipamento cultural em Araçatuba “Arte na Tulha”. Antes, era apenas uma tulha toda depauperada com 90 anos de idade, onde, segundo a artista Nele Azevedo, funcionava um galinheiro.

Depois de um mutirão, a tulha ressuscitou-se com alma nova, não é mais um paiol, onde se guardaram por muito tempo provimentos dos garanhões do antigo Posto Experimental de Criação, popularmente conhecido como Fazenda do Estado. Agora, na escala de valores humanos, ela vai abrigar atividade mais nobre: a arte.  

Araçatuba é um exemplo ímpar (ou é par, não sei), porque só funciona quando o impulso, o empurrão vem de fora. Os doidos daqui não são muito reconhecidos.
Um argentino Jorge Hector Rozas, secretário municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade, foi nomeado corajosamente pelo prefeito Cido Sério (PT), pois nomear um argentino não é fácil. O secretário descobriu que naquele casarão, naquele parque podia funcionar a sede da secretaria (2011). É bom dizer que estava num abandono total. Hoje, já está bem cuidado.

Em 2015, a convite da Poiesis – Oficinas Culturais – e um tal de ProAc, que ninguém sabe é remédio ou projeto cultural, baixou aqui uma louca chamada Nele Azevedo, mineira, que fez algumas estripulias em Londres, falando em estátua no gelo, coreografia, Marina Tenório.
Prefeito Cido Sério e vereadora Beatriz Nogueira, ambos do PT, na tulha, assistindo ao espetáculo

Reuniu um monte de gente, contratou o não menos louco, Antônio Carlos Nicolau como produtor, e bateu o pé:
- O espetáculo “Presenças líquidas” será feito naquela tulha, nada de outro lugar.
Agitou o pedaço. Este secretário municipal de Cultura que não é menos louco topou. Foi aquele corre-corre, até o Luís Fernando da Lomy Engenharia caiu na dança. O empresário estava naquele dia em que acordou com vontade danada “De mandar flores ao delegado / De bater na porta do vizinho / E desejar bom dia / De beijar o português da padaria “, restaurou a tulha por conta própria, transformando-se num mecenas.
Esperando Esa tulha ser aberta
Graças à loucura de poucos, surgiu um equipamento cultural que está lá para ser usado. Contadores de história, grupos de teatro, músicos, poetas, agendem-se nas secretarias de Cultura (18 3636 1270) ou de Meio Ambiente (18 3607 6550).   
Mexa-se! Está aí parado!? A tulha está à sua espera.

*Hélio Consolaro, professor, jornalista, escritor. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP




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