Hélio Consolaro*
No dia 8 de maio de 2015, sexta-feira, tivemos a inauguração
de um novo equipamento cultural em Araçatuba “Arte na Tulha”. Antes, era apenas
uma tulha toda depauperada com 90 anos de idade, onde, segundo a artista Nele
Azevedo, funcionava um galinheiro.
Depois de um mutirão, a tulha ressuscitou-se com alma nova, não
é mais um paiol, onde se guardaram por muito tempo provimentos dos garanhões do
antigo Posto Experimental de Criação, popularmente conhecido como Fazenda do
Estado. Agora, na escala de valores humanos, ela vai abrigar atividade mais
nobre: a arte.
Araçatuba é um exemplo ímpar (ou é par, não sei), porque só
funciona quando o impulso, o empurrão vem de fora. Os doidos daqui não são
muito reconhecidos.
Um argentino Jorge Hector Rozas, secretário municipal do
Meio Ambiente e Sustentabilidade, foi nomeado corajosamente pelo prefeito Cido
Sério (PT), pois nomear um argentino não é fácil. O secretário descobriu que
naquele casarão, naquele parque podia funcionar a sede da secretaria (2011). É
bom dizer que estava num abandono total. Hoje, já está bem cuidado.
Em 2015, a convite da Poiesis – Oficinas Culturais – e um
tal de ProAc, que ninguém sabe é remédio ou projeto cultural, baixou aqui uma
louca chamada Nele Azevedo, mineira, que fez algumas estripulias em Londres,
falando em estátua no gelo, coreografia, Marina Tenório.
Prefeito Cido Sério e vereadora Beatriz Nogueira, ambos do PT, na tulha, assistindo ao espetáculo |
Reuniu um monte de gente, contratou o não menos louco,
Antônio Carlos Nicolau como produtor, e bateu o pé:
- O espetáculo “Presenças líquidas” será feito naquela
tulha, nada de outro lugar.
Agitou o pedaço. Este secretário municipal de Cultura que
não é menos louco topou. Foi aquele corre-corre, até o Luís Fernando da Lomy
Engenharia caiu na dança. O empresário estava naquele dia em que acordou com
vontade danada “De mandar flores ao delegado / De bater na porta do vizinho / E
desejar bom dia / De beijar o português da padaria “, restaurou a tulha por
conta própria, transformando-se num mecenas.
Esperando Esa tulha ser aberta |
Mexa-se! Está aí parado!? A tulha está à sua espera.
*Hélio Consolaro, professor, jornalista, escritor. Secretário
municipal de Cultura de Araçatuba-SP
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