AGENDA CULTURAL

14.6.15

O professor que apenas sabia Matemática



Professor preso em flagrante por abusar de adolescente é casado e tem dois filhos

Caso aconteceu na noite de quarta-feira (27), em Araçatuba; pai gravou e filmou tentativa de estupro

É casado e tem dois filhos o funcionário público estadual J.H.Y., de 45 anos, que também dava aulas particulares de matemática, preso em flagrante acusado de ter tentado estuprar uma jovem de 12 anos em Araçatuba. O caso aconteceu na noite de quarta-feira (27), na casa da vítima, que fica no bairro Jardim Icaraí, em Araçatuba. Toda a ação foi filmada pelo pai da jovem, um radialista de 43 anos.

Na manhã de ontem (28), o acusado foi transferido da Central de Flagrantes de Araçatuba para a Cadeia de Penápolis, onde permanecerá a disposição da Justiça. Ele saiu do local sem falar com a imprensa. Um inquérito foi aberto pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) para apurar o caso.(Jornal O Liberal, 29/5/2015)

Hélio Consolaro

Confesso que não ia escrever uma linha a respeito, mas meus leitores gostam de assuntos quentes, pois as notícias que pingam sangue de si, são as mais lidas. Aproveito a oportunidade para filosofar.

Não sou repórter policial (nada contra, é uma profissão), nem reproduzo a imagem de cadáveres pela internet, mas gosto de apresentar um olhar diferente para o leitor. Se fosse para escrever aquilo que falam nas esquinas a respeito do fato, eu me calaria.

Então, caro leitor, se você discordar de mim e ficar todo enfurecido, postar uma mensagem nervosa, sem problemas. Há aqueles que filosofam como eu, postam mensagens mais bonitas que minhas crônicas. Mas o mundo é assim, habitado por pessoas diferentes. Cabe a cada um respeitar a diversidade que existe entre nós.

Há duas vertentes no mundo do saber filosófico. A primeira afirma que o ser humano nasce bom e a sociedade o corrompe. A segunda defende a tese de que o homem é ruim por natureza, a sociedade tenta lapidar a nossa parte má por meio da educação, da religião, etc. Escolha qual é a sua, fazendo um X. Qualquer que seja a resposta, o efeito é o mesmo.  

Ontem, 13/6/2015, eu fui a uma festa junina grandiosa numa entidade respeitável de Araçatuba. Alguém me cochichou no ouvido: "O locutor é outro, não é o mesmo do ano passado. Você sabe por quê?". Eu disse que não. E a explicação veio imediatamente: "O locutor ofical era o professor de Matemática que foi preso porque assediava a sua aluna de 12 anos".

A partir dessa constatação, resolvi escrever sobre o assunto. O professor tinha um círculo de amizade, será que seus amigos foram visitá-lo na cadeia? Ou virou as costas para aquele Cristo abandonado naquela criatura.

Na verdade, a prisão preventiva dele é mais para protegê-lo de um linchamento da mesma multidão que mandou Cristo para a cruz e libertou Barrabás.

A sociedade precisa ter mecanismos de punição aos infratores, sonegadores, corruptos, criminosos, ou seja, aos errados. Isso a Justiça faz com sua frieza, mas eu, como cristão, estarei pecado se eu for julgar o meu semelhante. 

Na verdade, o pai da adolescente seria perdoado por mim se matasse o professor na hora do sangue quente, desse uma surra no sujeito. A sangue frio é vingança.

A Bíblia é rica em condenar a pessoa que se acha a tal e sai jogando "merda" nos outros. Desde atirar a primeira pedra até a medida que usar para julgar outros será usado para medir as suas atitudes também. Ou, se a gente tem uma trava na vista, como querer julgar os demais. 

Jesus pede que nos coloquemos ao rés do chão, como o último, para não ser como o fariseu que batia no peito dizendo que estava salvo e condenava os pecadores. Jesus Cristo tem um olhar preferencial para os pecadores, os leprosos. Primeiro ele ama o pecador, depois tenta a sua conversão.

O professor de Matemática não era um mestre, era apenas um instrutor. Com isso, descobriu também que não tinha amigos.    


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