AGENDA CULTURAL

21.8.15

China: Telemática - um show de composições do cantor

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Telemática - China
Sexta-feira, 21/08/2015, 20h, praça João Pessoa, Araçatuba
Promoção: Circuito Cultural Paulista (Estado)
Apoio: Secretaria Municipal de Cultura 

Tate Montenegro















"Moto-Contínuo" o último disco que China lançou em 2011, era um trabalho apaixonado, e “Telemática” ainda tem muito amor mas aborda outro tipo de relacionamento: o que temos com a tecnologia e o progresso, dos vícios virtuais ao real coberto de concreto. Na faixa-título e em “Choque Pesadelo” esse tema é mais evidente, mas ele percorre todo o álbum.
O disco já abre com uma fala de Otto Lara Resende antecedendo “Arquitetura da Vertigem”, retirada de um vídeo em que o escritor mineiro critica a expansão imobiliária carioca nos anos 70, que China encontrou por acaso em um vídeo e achou se encaixar perfeitamente na situação de sua Recife natal atualmente.

“Telemática” é o quarto trabalho solo de China, que começou com o Sheik Tosado em 1997 e depois do fim da banda contribuiu com diversos artistas e desenvolveu uma série de projetos que abrangem gêneros variados, ampliando seu vocabulário musical e assim expandindo sua sonoridade.

O resultado é que China está cada vez mais pop, não só no sentido de acessível, mas também de grudento mesmo. E isso misturando tantos elementos que qualquer tentativa de rótulo soaria como um absurdo divertido, mas uma boa tentativa seria surf rock do mangue, com pitadas de eletrônico espacial e pop jeca. A combinação de trilha de velho oeste com batidas tribais na instrumental “Qtk63 – Kaiowa”, talvez seja a verdadeira representação do “faroeste caboclo”.

Porque “Telemática” é acima de tudo brasileiro, não só nas influências, que vão de Jovem Guarda (em “Panorama”, de acordo com o próprio China) e Tropicália (nos momentos de psicodelia baiana) ao manguebeat (“Memória Celestial” inclusive é uma parceria com Jorge Du Peixe) - mas em sua natureza “tudo junto e misturado” que define a essência do País.

E define, de certa forma, a filosofia pessoal de China, um homem colaborativo que convocou os amigos para diversas participações, criando uma lista que vai de PJ, do Jota Quest, a Ilhan Ersan, do grupo de trip-hop americano Wax Poetics, passando por Rodrigo Lemos e Diego Plaça (A Banda Mais Bonita da Cidade) e Felipe S. (Mombojó), entre outros. 

“Frevo Morgado” encerra o disco em clima de fim de carnaval: a despedida é triste, mas a festa foi tão bonita que a gente já começa a esperar a do ano que vem. Como China profetizou em “Olho de Thundera” – cuja demo inicial foi gravada seis anos atrás – seu som está indo “longe, muito além do que pretendia”. E parece um bom caminho a se seguir. 





MÚSICAS DO SHOW
01. Arquitetura de vertigem
02. Choque pesadelo
03. Panorama
04. Memória celeste
05. Céu de Brasília
06. Cores novas
07. Outra coisa
08. QTK 63 Kaiowa
09. Telemática
10. Subintenções
11. Realinhar
12. Olho de Thundera
13. Frevo Morgado

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