AGENDA CULTURAL

4.10.15

Atrizes globais, araçatubenses, no palco de teatro de Araçatuba

Hoje, 04/10/2015, domingo, 20h30, temos a abertura oficial do FESTARA, realizado pela Associata (Associação dos Artistas de Teatro de Araçatuba) que nessa edição tem a parceria majoritária do SESC Birigui, com polo Avançado em Araçatuba. A Secretaria Municipal de Araçatuba reduziu sua participação de R$ 155 mil para R$ 26 mil devido à contenção de despesas.

A tragicomédia Vendidas, com as atrizes araçatubenses Carina Porto e Paula Liberatti é o único evento contratado pela Prefeitura de Araçatuba. Também arcou com a despesas de alimentação com outros grupos.

CARINA PORTO
Na TV, Carina Porto já fwez parte do elenco das novenas "Caras e Bocas" e "Sete Pecados", de Walcyr Carrasco, além de participações na novela infantil do SBT "Carrossel" e da série "Canalhas", da GNT. Atualmente, além da peça, dá aulas de teatro em São Paulo. 

PAULA LIBERATTI
Está participando do filme "Amor líquido", no qual é protagonista e atua na produção. Além disso já fez participoações  em seriados sda TV como a série "Suburbanos" da TV Globo e Multishow e "Politicamente Incorreto", seriado de Danilo Gentili, exibido na Fox. Recentemene foi indicada a melhor atriz da comédia da Websérie "Então tá". 

SERVIÇO:
Domingo, 04/10/2015, 20h30, no teatro municipal Castro Alves, centro de Araçatuba. Entrada gratuita. Distribuição de ingressos a partir de 19h30. Faixa etária recomendada: maior de 16 anos.

INFORMAÇÕES SOBRE A TRAGICOMÉDIA

A peça foi realizada com fundos doados pelo Catarse e patrocínio posterior da Heineken.

O espetáculo ‘Vendidas’ de autoria do dramaturgo, diretor e compositor Leo Lama, estreia dia 02 de outubro, no Teatro Viradalata, em Perdizes.

Escrito originalmente em 1999 e levado aos palcos sob a batuta de Roberto Lage com o título de “Putas”, o texto já ganhou outra versão e foi encenado no bar do teatro N.EX.T, em 2004, como “Perdidas”. Desta vez, estreia como “Vendidas” e é o terceiro tratamento dado pelo autor ao texto. Lama acrescentou ao texto questões relacionadas à violência contra a mulher e ao abuso infantil doméstico, temas também tratados no movimento “Todo mundo é mulher” centrado na violência contra a mulher lançado por ele.
‘Vendidas’ é uma tragicomédia que trata das relações interpessoais na contemporaneidade através de um encontro de seis mulheres no fim do expediente de trabalho. As reflexões perpassam as estruturas de poder em que se baseiam as relações humanas e as organizações sistêmicas de nossas instituições num enredo de conflitos e questionamentos sobre, discursos enganosos, espiritualidades fajutas, seduções baratas e relações de amor, afeto e amizade esvaziadas em superficialidades e conversas rasas.
Num happy hour de mulheres que trabalham numa agência de publicidade, uma delas se revela prostituta e tenta convencer as outras a também exercerem a prática.  Alega ter um programa para todas após o encontro no bar. Entre perplexidades, negações, dúvidas e mentiras, elas se convencem da história. Embaladas pelo álcool, perdem os limites e expõem suas intimidades e perversões.
Começa então um acalorado debate entre elas, em que não faltam verdades escancaradas, críticas, incômodos e agressões verbais.

Em uma coreografia de gestos e danças trôpegas, surge uma sociedade indiferente, preconceituosa e perversa, que tem na sensibilidade sua única salvação.

A concepção do espetáculo de Bia Szvat, que assina a encenação do espetáculo, levou em conta o corpo, a musicalidade e a fisicalidade do ator em cena. Em contraponto ao universo realista-exterior na qual as personagens estavam inseridas, foram criados subclimas apoiados em características da interpretação expressionista, com dinamismos inesperados, silêncios constrangedores e explosões de movimento, referências no patético trágico e sombrio e efeitos de luz para se chegar na ótica sensorial das personagens.

Para a pesquisa corporal foram também exploradas a musicalidade dos objetos de cena, como a própria mesa, cadeiras, garrafas, copos, bolsas e saltos altos,  criando uma pesquisa rítmica inspirada em Meyerhold e em teorias de Dalcroze sobre o corpo rítmico do ator. Está presente também  uma pesquisa sobre o silêncio de John Cage como parte da composição cênica. Sempre presente em seus trabalhos, esta montagem é mais uma parceria de Bia Szvat com Fábio Cintra, músico, diretor musical e professor de voz para atores na ECA- USP. Como referência de pesquisa foi utilizado também o trabalho da bailarina, coreógrafa e professora de dança alemã Mary Wigman (13/11/1886, Hannover I 19/09/1973, Berlim) entremeando com as batidas tradicionais de flamenco que levam a preparação da bailarina e professora Adriana Rabello.

Uma comédia de Leo Lama?

A lista de temas que o autor trata em seu teatro é vasta: sede de poder, desintegração das relações pessoais, corrupção, e todos os pequenos e grandes males do mundo, discutidos utilizando a realidade como uma frágil base para análises mais profundas e simbólicas de tais conflitos. O humor, portanto, é encontrado em seu trabalho crítico; suas reflexões, sempre muito pessoais, e a ironia, em particular, acompanha toda uma análise das problemáticas levantadas em sua obra, onde ele mescla com a vida cotidiana sutilmente apontados em pequenos “propositais acidentes dramatúrgicos”.

 Quais são esses acidentes? As perdas de sentido lógico do texto, avarias no diálogo, curtos-circuitos existenciais, aparições repentinas incongruentes de ritmos, as insistentes rubricas no futuro do pretérito lidas como falas no texto, desenvolvimentos e sincopado como fuga de uma situação para mais desastres inevitáveis nas relações entre os personagens e todas as discrepâncias entre o que se espera e do que ocorre na trama.

 Leo Lama usa dessa ironia para construir situações cômicas que impedem um humor conservador, se recusando a fazer parte dos jogos mentais já existentes onde a plateia sabe do que vai rir.  Pelo contrário, estabelece uma relação crítica e revolucionária, porque obriga ao leitor-plateia a saborear essa carga cômica intrínseca na urdidura do texto, sem a válvula de escape do riso. Ela existe ali, é saboreada, mas obriga o espectador a ponderar sobre as reflexões que estão sendo apresentadas no texto de uma forma mais sutil do que as críticas sociais ou de tipologias tão usuais em comédias.

Autor:
Leo Lama (Autor Convidado)
Dramaturgo, diretor e compositor, estreou como autor de teatro, aos 23 anos, com Dores de Amores, interpretada por Malu Mader e Taumaturgo Ferreira, com direção de Roberto Lage, em São Paulo. Foi premiado com o Prêmio Mambembe de revelação do ano de 1989 e Prêmio Molière de melhor autor no mesmo ano. Leo Lama também atuou como diretor em A mancha Roxa, de seu pai Plínio Marcos (1989); autor e ator emPerdidos na Praia, com direção de Fauzi Arapi (1994); em 1996, fundou o Centro de Criatividade Teatro Real. Em 2000, Leo realizou os musicais:Prisioneiro de uma Canção (com músicas suas e letras de seu pai) e O Beijo da Última Hora. Dirigiu o recital de poemas Fideli d`Amore com Paulo Autran, Luiz Melo e Lú Grimaldi na inauguração da agência Loducca de Curitiba. Em setembro de 2002 encenou e dirigiu Dores de Amores 2 e 3 no Teatro Augusta.

Direção:
Bia Szvat Diretora e figurinista é formada em Comunicação Social na UMESP e pós-graduada em teatro pela Universidade São Judas Tadeu, com orientação de Antônio Januzelli. Em Praga, fez especialização em direção de atores pela D.A.M.U- Escola de teatro de Praga e aprofundou seus estudos em teatro físico na Post School of Phisycal Theatre and Dance em Berlin. Foi assistente de direção de Henrique Schafer e durante 10 anos trabalhou e pesquisou o ensino não formal de teatro dentro da Universidade de São Paulo, coordenando o Grupo de teatro da POLI (GTP), que alcançou o notável número de 127 atores divididos em seis núcleos. Ao todo dirigiu dentro do GTP cerca de 25 montagens, algumas premiadas pelo MINC- Edital de Intercâmbios, e outras por Editais de Cultura e Extensão da USP. Criou uma sala de espetáculos na POLI, onde até hoje atua o grupo. Paralelamente, trabalhou em diversas companhias de São Paulo como a Arte-Humos e Les Commediens Tropicalles. Trabalhou também na área de direção de arte de comerciais da Station P.A e do Retrado Falado, quadro humorístico do Núcleo Guel Arraes na rede Globo de televisão. Representou o Brasil em diversos países em festivais Internacionais de teatro e oficinas sobre teatro brasileiro convidada por diversas embaixadas.
Ficha Técnica
Autor: Leo Lama
Direção: Bia Szvat
Assistente de Direção: Francisco Zaiden
Direção Musical: Fábio Cintra
Preparação Vocal: Juliana Passos
Preparação Corporal:Adriana Rabello
Produção: Juliana Aguiar
Desenho de Luz: Leandro Alma
Fotografias: Ale Manzano

Elenco:
Anette Naiman – como Margot
Carina Porto – como Denise
Juliana Vedovato – como Tatiana
Luciana Caruso – como Patrícia
Paula Liberati – como Ana Paula
Sulivan Sena – como Maria


PERSONAGENS
Tatiana: pode ter entre 30 e 36 anos, usa óculos, é calada, está sempre com um livro nas mãos. Intuitiva, teimosa, cheia de certezas.

Patrícia: pode ter entre 25 e 35 anos, é invocada, está sempre representando, imita bem os outros, faz personagens. Dissimulada, é insegura, mas faz de tudo pra esconder.

Ana Paula: pode ter entre 24 e 32 anos, é exibida, alegre, generosa, vaidosa, mexe muito nos cabelos e está sempre se arrumando. Gosta de aparecer e de ser o centro das atenções.

Denise: pode ter entre 26 e 32 anos, pode ser gorda ou se achar gorda,  o que importa é que não se sente bem com o corpo que tem,  está sempre se achando doente, porém tem muita energia. Gosta de pegar, tocar os outros quando fala. Está sempre preocupada com dinheiro.

Margot: pode ter entre 45 e 50 anos, mais madura que as outras. Aparentemente é clássica e alinhada, mas rompe com esse tipo o tempo todo. Gosta de brigar, porém é contida. É sexual, apaixonada, tem um ar misterioso.

Maria: tem 23 anos, é ingênua, se sacrifica pelos outros, acha que ninguém reconhece o que ela faz, é apaziguadora, de repente se perde olhando para o infinito e muitas vezes é meio submissa.


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