AGENDA CULTURAL

2.11.15

Plínio Marcos, o cronista


O colega de secretariado da administração do prefeito Cido Sério, Carlos Faria, de vez em quando me presenteia com um livro. Vem com dedicatória e tudo, para evitar dúvidas.

Talvez eu seja meio, bem pouco, parecido com o Plínio, xingo, chamo o sujeito de fdp, uma hora depois estou conversando com o cara. Guardar raiva e ódio na geladeira são atitudes de trouxas.

Como em breve vou dar uma palestra sobre crônicas para escritores, o livro serviu para me chamar a atenção sobre o Plínio Marcos como cronista.

Outra novidade que me trouxe o livro foi saber que o autor da peça "Vendidas" que abriu o 11.o FESTARA 2015, Leo Lama, é filho do Plínio, por isso que Paula Liberati se referia a ele com tanto carinho. O cara tem o teatro no sangue.

"Plínio Marcos - a crônica dos que não têm voz", Editora Boitempo, 192 páginas, R$ 27,20 - Eba Livros


Revista Isto É - 15/04/2002
Plínio Marcos: a crônica dos que não têm voz
Livro revela o Plínio Marcos cronista, tão direto e verdadeiro quanto o dramaturgo Cristian Avello Cancino

Plínio Marcos, o dramaturgo, palhaço de circo, ator, camelô, jogador de futebol, nunca foi cronista, como dizia, mas sim “repórter de um tempo mau”. Poucos estudaram essa sua “outra” carreira – Plínio fez história no jornalismo escrevendo em jornais como Folha de S. Paulo, Pasquim, Última Hora e revistas como Veja e Realidade – até que três universitários santistas (universitários na época), Javier Arancibia Contreras, Fred Maia e Vinícius Pinheiro, escreveram "A crônica dos que não têm voz" (Boitempo Editorial, 191 págs., R$ 25).
O livro é uma espécie de ensaio biográfico sobre o Plínio “repórter” e traz uma seleção de suas crônicas. Para quem não conhece o universo do escritor, há um breve e divertido inventário das expressões mais usadas em seus textos. Seguindo essa cartilha, o leitor compreende que Plínio foi chamado de abilolado (vidrado), matusquela (louco), cururu (infeliz) porque armou um perereco (confusão) ao falar do vinagre (miséria) em que a zurrapa (ralé) vivia no país em plena ditadura.

Com ele não tinha mumunha (segredo). Plínio foi o escritor brasileiro mais censurado da história. Hoje, é celebrado como o mais genial dos autores teatrais brasileiros ao lado de Nelson Rodrigues. O relato dos excluídos, marcante nas crônicas, não lhe rendeu só biaba (pancada). Incomoda os mandarins (donos do poder) e admira a curriola (turma) até os dias de hoje. 

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