Escrita em 1590, “Titus Andronicus” mostra um lado menos conhecido de Shakespeare: além de construir personagens complexos e apaixonantes, ele também podia explorar a violência de forma que faria até Quentin Tarantino corar.
Após a morte do imperador de Roma, seus dois filhos, Saturninus e Bassianus, conclamam uma eleição. Eis que chega o general Titus Andronicus, vitorioso na guerra contra os Godos.
Andronicus, favorito do povo de Roma, trás consigo Tamora, a rainha dos Godos, e seus três filhos. Para satisfazer a sede de sangue dos cidadãos romanos, sacrifica o primogênito da rainha, abdica da preferência do povo e apóia Saturninus que por sua indicação torna-se
Imperador de Roma. Saturninus porém casa-se com Tamora que tem como objetivos vingar a morte de seu filho, destruir Titus, sua família e sua reputação.
A Cia Balaco do Bacco se aventura na primeira e mais sangrenta tragédia de Shakespeare e nos mostra as consequências da busca cega por poder e vingança. Um espetáculo sinistro, onde
raptos, traições, estupro e homicídios são banais, onde a violência reina soberana, onde todo sofrimento é agravado e toda súplica é respondida com sangue derramado. No país do futebol,
seria uma obra menos perturbadora se não fosse tão atual.
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