Hélio Consolaro*
Atualizado em 14/05/2014
Quando José Sarney (PMDB) assumiu a presidência da República em substituição a Tancredo Neves, criou o Ministério da Cultura. Como escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, atendeu à reivindicação dos artistas.
Atualizado em 14/05/2014
Quando José Sarney (PMDB) assumiu a presidência da República em substituição a Tancredo Neves, criou o Ministério da Cultura. Como escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, atendeu à reivindicação dos artistas.
Assim mesmo, nesses 30 anos, o Ministério da Educação
continuou a ser chamado de MEC, e o novo ministério de MinC. Na verdade, devia ser chamado de ME, ou Meduc, mas continuou MEC como se fosse uma ameaça contínua e ela se concretizou.
Agora, com o governo provisório de Michel Temer (PMDB) houve uma volta ao passado, pois a título de economizar alguns tostões juntou os dois ministérios.
Agora, com o governo provisório de Michel Temer (PMDB) houve uma volta ao passado, pois a título de economizar alguns tostões juntou os dois ministérios.
Na verdade, quem investiu mesmo no Ministério da Cultura
foram os governos do Partido dos Trabalhadores, Lula e Dilma. Criando o Sistema
Nacional de Cultura, incentivando todas esferas administrativas da federação
a fazer o mesmo.
Se Temer fosse alinhado com Dilma, ele assumiria o governo
provisório, tocava a máquina até a decisão final do Senado, mas o vice estava
ávido de poder, queria ficar na galeria de ex-presidentes de qualquer jeito.
Foi utilizado pelas forças a favor do impedimento, do fora Dilma.
A divisão entre Educação e Cultura determinada por Sarney não
era apenas uma questão burocrática, por que a Cultura sendo tratada como
secretaria num município ou estado, e ministério, na União, passam a ser unidades
orçamentárias, com autonomia administrativa. Era uma luta histórica.
Michel Temer instalou a volta ao passado, o patriarcado
reassumiu a administração do governo federal. Não há uma mulher no ministério. Não
é possível nem pensar em minorias. Tais retrocessos fazem parte da aprendizagem
histórica de um povo.
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