AGENDA CULTURAL

9.6.16

A sucuri pegou o Japonês da Federal


LR1 - Mundo_ - Japonês da Federal é preso em Curitiba por facilitar contrabando

Hélio Consolaro é pré-candidato a prefeito de Araçatuba-SP*

Caro leitor, não coloque a mão no fogo por ninguém, duvide de si mesmo, duvide de sua mãe. Ninguém, e isso Jesus Cristo ensinou, pode atirar a primeira pedra. Somos todos pecadores, farinha do mesmo saco. Desconfie das pessoas que se dizem honestas ou que batam no peito declarando sua própria santidade.

Aliás, nem sei direito para que viemos ao mundo, esse negócio de julgar os outros é um problema sério. A nossa Justiça terrena, que não é cega, julga segundo alguns critérios (leis) convenientes para uma determinada época.

Eu, por exemplo, detesto ser chamado de idealista, mas procuro não ser um estorvo para os outros. Idealismo quase sempre tem como consequência o autoritarismo - imposição de ideais. Isso tanto à direita como à esquerda.

Sou um sujeito que busco minha sobrevivência, quase não nasci por complicações no parto, valorizo a expressão latina que norteou os árcades: "aurea mediocritas", que significa a vida simples, sem esbanjamento, tendo o necessário para viver dignamente, mas não sou santo, nem me proclamo como tal. Sou pecador errante por essa Terra de meu Deus à procura da salvação, se essa for necessária.

Entrando no assunto do Japonês da Federal que de tanto fazer operação para pegar os outros, caiu também na armadilha: Operação Sucuri. Japonês e italiano são assim mesmo, radicais, ou são santos ou mafiosos, não há meio termo. Baseio-me aqui em casa, sou descendente de italiano e minha esposa é nissei. Coitado de meus filhos que são o resultado do cruzamento dessas duas raças.

O Seu Newton Ishii, o Japonês da Federal, viveu como herói diante da opinião pública, recebendo homenagens daqui e dali, o paladino da moral, dos bons costumes e da honestidade, mas a máscara caiu. O fariseu ficou nu.

Não vou dizer que ele não devia ter cumprido com sua obrigação, mas ele sabia o tamanho de seu rabo de palha. Aliás, ele extrapolou, entregava para a imprensa antes da hora as notícias da Polícia Federal. A troco de quê, qual era a propina?

Nos tempos das manifestações quentes, antes da saída da presidenta Dilma, algumas mulheres de Araçatuba, senhoras da sociedade, fizeram uma manifestação favorável à Polícia Federal defronte à sua sede. Não vou dizer que a PF não mereça, mas eu sou meio cético com as corporações, com os outros e comigo mesmo. Não sou um sujeito que duvida até de minha própria sombra, mas não creio em tudo, como um ingênuo.


Duvidar sempre, sem demonstrar, como se estivesse acreditando, para depois checar. Essa é atitude de menos risco. O ceticismo parece um mal, mas suas consequências são menos danosas. A ingenuidade causa estragos.

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Vereador de Araçatuba de 1983-1988, secretário municipal de Cultura de 2009-2016. 

Um comentário:

helio ninha disse...

Boa Tarde !...
Xará...

Boa essa!,...Pecador errante!...A vida é assim, uma roda gigante..uma hora vc.tá por cima, no meio, e em baixo...o japa, esta pagando o preço também.!
Andam falando por aí...que ele é primo,sobrinho, parente do falecido radialista Mituo Ishii, daqui da terrinha..Quem, é que não se lembram daquela historia do Mitusubishi ?..rsrsrs..
Abraços..
Hélio Ninha