“Nas coisas do poder, o melhor detergente é a luz do sol” –
Louis Brandeis
Segundo a tradição brasileira, falar mal de parlamentares é
mais fácil do que criticar o prefeito, o governador ou o presidente da
República, porque o vereador, o deputado e o senador têm o braço curto para
praticarem alguma retaliação.
Duro mesmo é criticar o Judiciário, ficamos cheios de dedos,
porque os braços dos juízes são mais longos. Mais poderoso ficou o Promotor de
Justiça, que faz parte do Ministério Público, depois da Constituição de 1988,
manda mais que o prefeito de uma cidade.
Dizem os críticos que o Poder Judiciário e o Ministério
Público estão tão corrompidos quanto o Executivo e o Legislativo. Como vejo as
denúncias pela imprensa contra esses dois segmentos (PJ e MP), não sou
advogado, não sou um cidadão tecnicamente gabaritado para fazer algumas
considerações. Só posso dizer que, como um frequentador assíduo do fórum, converso
com o pessoal de toga com muita naturalidade. Acredito que a transparência da
terceira viga mestra da República precisa ganhar força e os salários
astronômicos precisam ser contidos.
A jornalista Cláudia Wallin diz no seu livro “Um país sem
excelências e mordomias”, Editora Gente, reproduz uma fala do Göran Lambertz da
suprema corte sueca, quando ela lhe pergunta sobre o registro de juízes
envolvidos em suborno ou venda de sentenças: “Judiciário que perde o respeito
da população pode provocar uma explosão de desordem”.
Exemplo disso: os mandatários do país deram o que o
corporativismo do Judiciário queria em termos de vantagens pecuniárias. Agora
se acham no direito de desobedecer uma ordem judicial, o caso mais conhecido é
foi do presidente do Senado, Renan Calheiros.
Para você, caro leitor, reproduzo aqui uma reportagem que a
Cláudio Wallin fez para a TV Bandeirantes:
O poeta satírico Juvenal pergunta em Roma “Quis custodiet
ipsos custodes?” (Quem vigia os vigias?). É a mesma pergunta que devemos fazer
sobre o Poder Judiciário e o Ministério Público no Brasil neste momento. Essa é
a atual polêmica que está contida no projeto do abuso de autoridade.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor.
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