AGENDA CULTURAL

26.3.17

Prefeitura: turma que sai, turma que entra

Hélio Consolaro*

Prometi voltar ao assunto, estou aqui ocupando o seu tempo, caro leitor. 

O jornal O LIBERAL, coluna Bastidores, edição de sábado, 18/03/2017, publicou uma nota muito interessante que ilustra aquilo que vou escrever a seguir:

SUSTO DOS INEXPERIENTESalguns membros do governo de Araçatuba que não tinham experiência do serviço público ainda levam alguns sustos. Acostumados às decisões imediatas do setor privado, ainda precisam aprender a conviver com as limitações legais e financeiras da área pública. Tudo é mais lento. Prazos precisam ser cumpridos. Não há como queimar etapas”.

Em janeiro, os jornais divulgaram fotos do prefeito Dilador Borges acompanhando a operação tapa-buracos em plena época de chuvas. Li a reportagem e num solilóquio comentei: "Coitado, está enxugando gelo, parece um pai no nascimento de seu primeiro filho, não sabe o trabalho que o rebento vai lhe dar."

Numa democracia, o cidadão, por mais inconsciente que ele seja, sabe escravizar os homens e mulheres que se atrevem a adentrar a vida pública. Se fazem muito, não passaram de sua obrigação; se fazem pouco, são incompetentes. E sabem pôr um lado contra o outro, querem ver situação e oposição sempre brigando. 

A turma do Dilador Borges assumiu, com muitos deles têm falta de experiência em administração pública; o pessoal do Cido Sério saiu com bastante experiência. 

Assim, a turma que sai ri da inexperiência da turma que entra. E isso não é erro do sistema, faz parte de sua renovação. Se fosse erro da democracia, teríamos que adotar a monarquia.  

Sempre digo que todos os cidadãos, homens e mulheres, deveriam ser candidato a alguma coisa nas eleições, porque assim conheceriam in loco o nosso povo, a sociedade, e passaria a conhecer toda a cidade onde mora, não apenas o caminho de ida e volta ao serviço. 

Para que o impacto da renovação seja menor, basta os secretários serem cargos de livre provimento, os demais cargos de direção serem funcionários de carreira. Já chegamos na lei municipal aos 70%,  apenas  30% de confiança, poderemos chegar à proporção de 85% / 15%.

Assim, as caras assustadas na renovação de um mandato de prefeito serão bem menos.  

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras.     

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