A estudante Kaena
Novaes Maciel, 18 anos, encontrada morta no domingo de Páscoa com o namorado
Luís Fernando Hauy Kafrune, 19, em um quarto do hotel Maksoud Plaza, nos
Jardins (zona oeste), assistiu à série "13 Reasons Why" ("Os 13
Porquês"), da Netflix, uma semana antes do crime, segundo a Polícia Civil.
A série, de ficção, tem como tema o suicídio (jornal AGORA).
Hélio Consolaro*
Quando eu era menino imberbe, que idolatrava o livro, alguém
me disse que nem todos os livros são bons. Fiquei indignado porque eu elegia o
livro como uma mídia confiável, por ela
descobri o mundo, não era possível que um livro não prestasse.
O filme “Os 13 Porquês”, antes de ser filme, é um livro. Até
tive a intenção de vê-lo pela Netflix, mas faltou coragem e sobrou precaução.
Vai que a carne é fraca e o espírito vacila. Não tenho nada contra os suicidas,
até recebi como brinde da editora o “Dicionário de suicidas ilustres”, Editora
Record. Não sei se são corajosos ou covardes, prefiro não julgá-los.
Na verdade, autor do livro e produtor do filme ganham marketing gratuito, se em cada país há suicídios motivados por suas obras. A ética tem muito que responder nessa atitude marqueteira.
Nós que somos medíocres, caro leitor, não devemos nos enganar,
achando que o suicídio vai nos dar genialidade. E lembre-se de que o suicídio é
mais praticado em países ricos, porque o pobre nunca chega a tanto, porque ele
tem um sonho besta de ficar rico que o mantém vivo. O casal que praticou um
suicídio combinado não se hospedou em nenhuma espelunca, reservaram quarto no Maksoud
Plaza, eram filhos de famílias abastadas.
Atualmente, com essa tal depressão, que já teve o nome de
fossa, amuo, melancolia, e muita gente ganha dinheiro sobre tal estado de
espírito, há um passo curto para o suicídio. Nós todos tivemos momentos e
períodos de desprezo pela vida, de vontade de se jogar do décimo andar, pois a
felicidade, a alegria não são permanentes.
Durante o Romantismo Literário, século 19, em sua radicalidade,
os poetas faziam apologia da morte e o suicídio era uma prática comum, só ver
com quantos anos morreram Castro Alves e Álvares de Azevedo, para ficar em dois
exemplos brasileiros. A vida não compensava ser vivida.
Luís Fernando e Kaena morreram felizes, se posso dizer isso.
Eles acreditavam em que o amor precisava ser eterno. Convenceram-se de que o
amor entre eles nunca mais ia ficar tão bom como estava. Preferiram, como se
fala na comunicação, congelar a imagem. Ou você, caro leitor, acha que foi um
desperdício de vida?
Se houver transcendência, espero que o Senhor do Universo
compreenda a opção deles ao solicitar morada em sua casa.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro
da Academia Araçatubense de Letras
3 comentários:
me desculpe mas so Deus pode tirar a sua vida,,ou permitir,atraveis de algo que ele keira que aconteça,,,,fora isso,,,,,,suicidio e do diabo,,!! infelismente eles foram para outro lugar,!!!!!!
Suicídio jamais.Estes dois estavam perturbados.Infelizmente não buscaram ajuda.E vão dar trabalho agora do outro lado.
Uai! Tem outro lado.? Kkkk
Postar um comentário