Ex-presidente vai responder em liberdade e só se torna inelegível em caso de condenação em segunda instância
O juiz Sério Moro e o ex-presidente Lula
Hélio Consolaro*
Claro que internautas esperam alguma crônica do Consa sobre a condenação de Lula pelo Sérgio Moro a nove anos e meio de prisão. Não vou aqui desfiar mágoas ou vomitar palavras de ordem.
Lula se rebaixou a ficar brigando publicamente com Sérgio Moro, foi mais sindicalista que estadista. E o juiz paranaense não considerou a sua toga para manter, pelo menos aparentemente, sua imparcialidade. Os dois chegaram ao bate-boca. Desqualificaram o julgamento.
Lula agrediu o seu algoz e achou que isso ia intimidá-lo, devia se pôr na condição de vítima. Todos os militantes acharam que a grande concentração em Curitiba tinha sido o suficiente para livrar Lula de uma condenação. O adversário com quem lutamos, em todos os campos, é gigantesco e bem articulado.
A militância petista, atualmente composta pelos mais radicais, ainda não percebeu que a burocracia judiciária não precisa de voto e que os congressistas que precisam de votos, em sua maioria, compram-nos com dinheiro dos empresários. Ir para a rua não altera o quadro, mas também não há outro caminho.
Fazer conchavos? Negociar? Nem pensar. Quando as bancadas, Senado e Câmara Federal (numerosa inda por efeito da eleição de 2014), quiseram fazer isso quase foi trucidada pela "base": a palavra de ordem era, e ainda é, as ruas como única saída.
A política é um jogo, quando parece que estamos ganhando, a derrota está próxima; quando parece que estamos perdendo, o jogo vira logo. Colocar-se na condição de perdedor é o começo da reabilitação. Numa democracia, as portas continuam abertas para todos.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Candidato a prefeito de Araçatuba pelo PT, derrotado em 2016.
O juiz Sério Moro e o ex-presidente Lula
Hélio Consolaro*
Claro que internautas esperam alguma crônica do Consa sobre a condenação de Lula pelo Sérgio Moro a nove anos e meio de prisão. Não vou aqui desfiar mágoas ou vomitar palavras de ordem.
Lula se rebaixou a ficar brigando publicamente com Sérgio Moro, foi mais sindicalista que estadista. E o juiz paranaense não considerou a sua toga para manter, pelo menos aparentemente, sua imparcialidade. Os dois chegaram ao bate-boca. Desqualificaram o julgamento.
Lula agrediu o seu algoz e achou que isso ia intimidá-lo, devia se pôr na condição de vítima. Todos os militantes acharam que a grande concentração em Curitiba tinha sido o suficiente para livrar Lula de uma condenação. O adversário com quem lutamos, em todos os campos, é gigantesco e bem articulado.
A militância petista, atualmente composta pelos mais radicais, ainda não percebeu que a burocracia judiciária não precisa de voto e que os congressistas que precisam de votos, em sua maioria, compram-nos com dinheiro dos empresários. Ir para a rua não altera o quadro, mas também não há outro caminho.
Fazer conchavos? Negociar? Nem pensar. Quando as bancadas, Senado e Câmara Federal (numerosa inda por efeito da eleição de 2014), quiseram fazer isso quase foi trucidada pela "base": a palavra de ordem era, e ainda é, as ruas como única saída.
A política é um jogo, quando parece que estamos ganhando, a derrota está próxima; quando parece que estamos perdendo, o jogo vira logo. Colocar-se na condição de perdedor é o começo da reabilitação. Numa democracia, as portas continuam abertas para todos.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Candidato a prefeito de Araçatuba pelo PT, derrotado em 2016.
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