Simulação do túmulo do Consa *Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP |
O jovem quer ser famoso, tornar-se jogador de futebol, artista. Poucos descobrem que estamos aqui para ser feliz. E felicidade é coisa diferente para cada pessoa. Muitos queriam ter sacos de dinheiro, outros gostariam de uma casa no campo. E nem sempre lutamos para realizar nossos sonhos, quando se dá fé, a viagem terminou.
Simulação de túmulo do Consa - design mais moderno |
Segundo o calendário católico, há o dia de Todos os Santos. Uma homenagem a quem veio ao mundo para ser exemplo, e quase sempre foi perseguido por causa disso. Como a maioria não é santa, homenageiam-se os finados, pecadores, anônimos, principalmente aqueles que têm os ossos ao pé do cruzeiro do cemitério.
Antes do feriado de Finados, fui fazer com a Helena a faxina no túmulo de meu pai. Deixar tudo limpinho, pois aquela construção é símbolo da memória familiar. Na verdade, estão enterrados lá alguns ossos. O túmulo é mesmo um monumento erguido em homenagem a alguém.
Tive até a ousadia em tirar uma foto junto ao túmulo do velho Luís Consolaro. Pedi ao Arlen Pontes, arte-finalista, que criasse um túmulo para mim, para ver como ficaria.
Túmulo do Sr. Luiz Consolaro, ao fundo, de pé, o Consa, seu filho |
A minha mãe está me ensinando a brincar com a morte. Ela está com 92 anos, de vez em quando ela chama a foicenta:
- Vem ne mim, morte! Será que Deus se esqueceu de mim?
E todos ficam surdos.
As coisas são assim mesmo. Cada um tem o seu jeito, constrói a sua história, e é bom que aceitemos essa diversidade. Se todos fossem iguais, seria uma chatice. E para completar, tenho um neto que faz aniversário no dia 02 de novembro. É só festa!
Quem brinca com a morte aceitou bem a vida como ela é. Já que não tem outro caminho, que façamos uma estrada de alegria.
5 comentários:
Grande mestre professor Hélio Consolaro, calma, o senhor ainda tem muito tempo de vida pela frente.
Já constitui um grande e nobre sonho o fato de ainda estar vivo.Uma alegria para todos nós.
Corajoso, Hélio!
Muito linda a crônica.
Caro amigo e companheiro Consolaro
.quando encontro amigos de infância ou dos bailes e brincadeiras dançantes, das brincadeiras nas praças (São Joaquim) minha preferida, sempre digo conseguimos.
Me basta estar viva, mas sonhar é o que me dá esta certeza. Quem não sonha já morreu. Cuidado com esta brincadeira meu amigo e tenha muitos bons sonhos ainda.
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