AGENDA CULTURAL

9.3.19

Crista-de-galo. Não há planta mais viril


Flor da planta crista-de-galo
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Vou escrever sobre o sexo na velhice. Um assunto que também me afeta. Há velhos de todos os tamanhos, humores e safadezas. Já encontrei meus contemporâneos desesperados com a impotência sexual, engolindo desesperadamente os viagras da vida. 

Há também aqueles que contratam garotas de programa para num quarto de motel relembrar os velhos tempos numa sessão lambe-lambe. 

Há também aqueles que usam peruca ou pintam o cabelo, por consequência usam também a prótese do bilau. Não importa de que jeito, o importante é participar. 
Floresta de crista-de-galo do meu quintal, nasceram em todas as gretas

Mas há aqueles que voltam à masturbação da adolescência, pois a mão conhece o ritmo da chegada do orgasmo e a mulher imaginária espera o tempo que for necessário. Impossível passar vergonha.  

O mais natural mesmo deve ser o avô assumido. Não se desespera, entende as fases da vida e o sexo deixa de ser brutalidade para ser uma sessão de carinho. Cumpre o script sem revolta.

Tenho certeza de que o leitor deve estar se perguntando: e como o Consa se vira aos 70 anos? Esse cara vai se esconder...

Ora, caro leitor! Eu ainda canto de galo. Resolvi plantar crista-de-galo no meu quintal. Galo de crista caída, que abandona as galinhas do terreiro, vai para a panela. Não há planta mais viril. Veja só as flores... Puro viço! Puro malte.  

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