A pesquisa analisou o pensamento dos jovens brasileiros sobre a importância da ciência em suas vidas |
A causa de todos os males é a ignorância. Dela nasce a
intolerância, egoísmo, racismo, violência e vingança. Os ignorantes ficam
soberbos e odeiam os cultos confrontando desrespeitosamente os professores,
intelectuais, artistas e jornalistas, chamando-os de privilegiados.
Ditadores
são ignorantes, pois sabem que não conseguem vencer pelo argumento e coerência
de suas ideias, precisam impor manipulando e subjugando as pessoas pelo medo,
mentira e perseguição dos que discordam de suas atitudes.
O debate das ideias, a discussão dos fatos e a possibilidade
de que sua ideia não seja dominante, aflige ao extremo o ignorante. Falta-lhe
inteligência e raciocínio para o debate, fazendo-o gritar, humilhar, ironizar aquele
que disse o diferente!
Geralmente o ignorante é corajoso e valentão,
especialmente com aqueles que sabe ter menor poder de reação, ou seja, com os
mais fracos. O ignorante foge do debate franco e da exposição de ideias, sem
conseguir articular seus argumentos, não sabe convencer pelo conhecimento, pois
não o tem!
O contrário de ignorante é aquele que sabe, reflete e
aprende desde cedo a viver com o diferente e o contrário. Se aprende isto no meio
familiar e social em que se vive, especialmente da escola. É importante a
escola onde se viva com os diferentes e não apenas com os que pensam, vestem e
se comportam como a família e os amigos associados a ela. Os que vivem com os
iguais desde cedo, tendem a ser intolerantes com os diferentes a medida que
crescem, uma tendência muito natural.
A escola, em todos os níveis, deve fornecer bases da
ciência, pois ela amplia horizontes, aumenta a tolerância e treina argumentar
com dados e coerência, inserindo uma ideia de vida multifacetada. Se deve
ensinar desde cedo o que é ciência, o que é pesquisa! Não devemos replicar opiniões,
mas mostrar os critérios e métodos que constroem e conferem o conhecimento
velho e novo!
MEDIDAS
A ignorância tem que ser combatida, pois é a mãe de todos os
males! Analisemos o resultado de uma pesquisa feita pelo Instituto Nacional de
Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública e que ouviu 2.200 jovens entre 15
a 24 anos, entre março e abril, em 21 estados e no distrito federal. Destes,
87% não conseguiam citar uma única instituição nacional de pesquisa e 93% não
souberam dizer um nome sequer de um cientista brasileiro!
Incrível, 40% dos jovens não concordam que humanos descendam
de outros animais como revelou Darwin ao mundo. Mais chocante: 25% acreditam
que vacinar crianças possa ser perigoso! Os assuntos que mais interessam aos
jovens são 80% meio ambiente, medicina e saúde 74%, religião e ciência vem
depois, ambas com 67%. Dos jovens, 60% não sabem que os antibióticos não atuam
nos vírus, e ainda, 40% concordaram com a afirmação de que, “se a ciência não
existisse, meu dia a dia não mudaria muito”!
A pesquisa revelou que os jovens não acreditam que recebem
notícias falsas pela rede. Para se atualizar ou informar-se sobre ciência eles usam
Google, Youtube, WhatsApp, Facebook e Instagram. As fontes de informações mais
confiáveis para eles são os professores, médicos e cientistas das universidades
publicas, mas em seguida vem os jornalistas. Nos políticos, 81% não confiam e 35%
desconfiam dos artistas.
Os jovens revelaram que jornais, televisão, rádio e revistas
leigas ou científicas não são lidas por eles. Sobre a ciência e a pesquisa não
tem qualquer paradigma, exemplo ou modelo para seguirem! Pode até parecer
incrível, mas a quantidade de pessoas que não acreditam na evolução biológica
do homem a partir de outras espécies e que acham que a terra é plana é muito
grande entre nós.
POR FIM
A ignorância é o celeiro da intolerância, preconceito,
racismo, violência, grosseria e da falta de consciência com o planeta, via
preservação do meio ambiente. Sobre sua pesquisa, Luisa Massarani da Fundação
Oswaldo Cruz, disse: “é importante entender a percepção dos jovens, porque eles
são nossos futuros cidadãos.”
E isto me fez pensar: - e se a pesquisa fosse feita
paralelamente com os pais, quais seriam os resultados?
Resgatemos nossa esperança, amém!
Alberto Consolaro Professor Titular da USP em Bauru-SP |
Observatório
ALZHEIMER 1 – Os
problemas com o sono surgem muitos anos antes que a demência se torne aparente
e as pesquisas buscam saber se é um sinal prévio confiável do Alzheimer.
Publicação na “Science” revelou que as proteínas relacionadas à doença como a
beta-amilóide e a tau se acumulam mais no cérebro de ratos e humanos quando dormem
mal e que os níveis das mesmas caem durante uma noite bem dormida, embora o
acúmulo que gera a doença seja a longo prazo. Devemos cuidar desde cedo com a
qualidade de nosso sono!
ALZHEIMER 2 – Estudo do Instituto Nacional do Envelhecimento nos EUA descobriu que pessoas com
“sonolência diurna excessiva” com idade média de 60 anos, tinham 2,75 vezes mais
chances de ter placas da proteína beta-amilóide no cérebro depois de 16 anos.
Outro estudo, revelou que a redução da fase profunda do sono também está
associada a um aumento da proteína tau e da beta-amilóide, sugerindo que dormir
mal acelera o aparecimento da doença. Cada vez mais, dormir bem parece uma
forma de evitar o Alzheimer.
Parte Superior
ADEUS AO MESTRADO?
A USP propôs um novo modelo de pós-graduação! O mestrado
seria apenas o primeiro ano do doutorado, quando o orientador decide se a
pessoa passa para a próxima fase. No final de quatro anos se obteria o título
de doutor. A ideia é abreviar o tempo de formação de doutores e que as
pesquisas sejam mais relevantes. Agora a Capes avalia a proposta. Aguardemos!
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