AGENDA CULTURAL

8.1.20

Nome: uma tatuagem na alma





Hélio Consolaro*

A paternidade ou a maternidade responsável se manifesta cedo, quando o pai vai ao cartório registrar o rebento. Pelo menos, antigamente era assim. Hoje, quando a criança nasce, nem sempre tem o pai presente, quem põe o nome é a mãe.

Quando o nome de uma pessoa é esquisito, mas é um nome para homenagear os antepassados, o nominado reclama, mas o crime não foi tão hediondo. Há nomes antigos que têm um significado bonito, como Teófilo, amigo de Deus, mas se tornou um arcaísmo.

A vítima pode recorrer, solicitar a mudança de seu nome depois de ser gente grande. Você, caro leitor, que carrega o fardo de um nome exótico, não precisa respeitar a sina, livre-se dele. Mas, às vezes, o nome (feio ou bonito) pega tanto que parece uma tatuagem na alma, não adianta mudar no cartório.

Tenho uma amiga goiana que se chama Divina Eterna dos Santos devido ao catolicismo, enquanto os evangélicos preferem os nomes de personagens bíblicos, principalmente do Velho Testamento: Mesaque, Oseias, Misael. 

Fiquei otimista com os resultados da pesquisa feita pela Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen/SP). Os nomes de bebês mais escolhidos em Araçatuba em 2019 não são estrangeiros, foram Helena e João Miguel.

OUTRAS CIDADES
Em Birigui, Helena. Entre os meninos, Pedro Henrique e João Miguel foram os mais escolhidos. Em Andradina, Miguel e João Miguel foram os nomes de destaque.  Entre os femininos, mais uma vez Helena aparece como preferência, ao lado de Maria Eduarda,

Já em Penápolis, o primeiro lugar ficou com Maria Luísa. Entre os nomes masculinos, Miguel foi o mais escolhido. Enquanto em Jales, Miguel e Helena (seguido de Maria Eduarda) foram os mais usados.

Em todo o estado, Maria Eduarda ficou em primeiro lugar e Enzo Gabriel em segundo, sendo os nomes mais escolhidos de cada gênero. Ambos também foram os mais escolhidos de cada sexo em todo território nacional.

COPA SÃO PAULO
Não se sabe se foi para fazer marketing, apelidos e nomes estranhos de jogadores constam da Copa São Paulo, a Copinha. Veja alguns: Einstein, Orelha, Pedalada, Marrento, Mickey, John Kenedy, Quibe, Espiga, Avatar, Foguinho. À medida que se profissionalizam, tais apelidos são substituídos por seus verdadeiros nomes.   

Helena significa “raios de sol”, tocha, que é também o nome de minha digníssima, foi também uma personagem histórica  “Helena de Troia”. Hélio, o meu nome, significa “Sol”. Só agora entendi o porquê de alguns incêndios na minha casa, excesso de labaredas. 

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro das academias de letras de Araçatuba-SP, Andradina-SP, Itaperuna-RJ

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